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Tribunal aponta descontrole com incentivo cultural
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Relatório do TCU classificou
de "alarmante" o volume de
projetos culturais que não tiveram prestação de contas analisadas, sinal, segundo o tribunal,
da falta de controle sobre um
volume crescente de incentivos
fiscais concedidos pela União.
Em 2006, projetos culturais
beneficiados por abatimento
no Imposto de Renda movimentaram R$ 971 milhões.
Num período de 10 anos, a captação de recursos via incentivos
fiscais teria crescido 650%,
contra uma inflação de 92%.
"Seriam necessários 12 anos,
ao ritmo de 2006, para se analisar o estoque [de prestações]
existente em 2005", diz o relatório aprovado ontem. No final
do ano passado, havia 3.471
projetos pendentes de análise,
contra estoque de 1.875 projetos registrado no ano anterior.
Os incentivos fiscais à cultura foram objeto de duas das 27
ressalvas feitas às contas da
União. Além do ritmo "demasiadamente lento" na análise
das prestações, o TCU criticou
a concentração de 83% dos financiamentos obtidos com a
Lei Rouanet no Sudeste, sobretudo no eixo Rio-São Paulo-Minas: "A política não alcançou os
objetivos de regionalização".
Procurado pela Folha, o Ministério da Cultura informou
que vem buscando agilizar a
análise das prestações de contas e reverter a concentração
no Sudeste, fruto de uma política de mecenato "muito atrelado às leis de mercado". O ministério chamou a atenção para
o fato de o cálculo do TCU não
considerar turnês de espetáculos e exposições itinerantes.
O ministro Ubiratan Aguiar
pede mudanças no mecanismo
que permite à iniciativa privada entrar com uma parcela
muito pequena do financiamento -que vem caindo desde
1999. Em 2006, a participação
do financiamento privado limitou-se a 16%. Estatais responderam pela maior fatia das verbas captadas.
(MARTA SALOMON)
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