São Paulo, sexta-feira, 20 de junho de 2008

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Nota falsa

O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica de 2007, que o MEC divulga hoje, embute uma distorção que resulta em piora significativa no desempenho da cidade de São Paulo, administrada pelo consórcio DEM-PSDB, de oposição ao governo federal.
Foram computados como "reprovados" alunos transferidos, que deixaram de freqüentar a escola ou morreram. Isso ampliou artificialmente a base de cálculo, diminuindo as taxas de aprovação (de 92,5% para 88,2%, de primeira a quarta série, e de 89,2% para 84%, de quinta a oitava). A mesma distorção derrubou de 4,3 para 4,1 o Ideb da quarta série e de 4,4 para 4,1 o da oitava, levando à conclusão equivocada de que São Paulo não teria evoluído no indicador desde 2005, a despeito da melhora nas notas dos alunos.



So sorry. Depois de seguidas conversas com o secretário municipal da Educação, Alexandre Schneider, o presidente do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), Reynaldo Fernandes, reconheceu a distorção no cálculo, mas alegou que não seria possível corrigi-la antes da divulgação marcada para hoje. Disse que isso será feito posteriormente.

Em tempo 1. Não é a primeira vez que o MEC comete erro dessa natureza em relação a São Paulo. Em 2006, outro ano eleitoral, a nota média dos alunos colocava a cidade em 20º lugar entre as capitais em matemática e em 21º em português. Quando a correção foi feita, em abril de 2007, São Paulo saltou para o 12º lugar.

Em tempo 2. Hoje, dia marcado para a apresentação do Ideb, o ministro Fernando Haddad desembarca em São Paulo para evento com a correligionária Marta Suplicy (PT), candidata a prefeita e dura crítica da gestão Serra/ Kassab na área da educação.

Caveirão. No site em que defendem a aliança com Kassab, vereadores tucanos, Gilberto Natalini à frente, apresentam-se como a "Tropa de Elite" -que ameaça subir o morro domingo, na convenção do PSDB paulistano.

Ritual. Definida a ida do "bloquinho" com Marta, Lula fará um gesto pelo apoio do PT a Jandira Feghali (PC do B) no Rio, recebendo hoje o pré-candidato Alessandro Molon. Não deve resolver.

De tudo. A planilha dos repasses da União para o "Cimento Social" de Marcelo Crivella (PRB) no morro da Providência mostra que, além de material de construção, foram encomendadas "viaturas" em Brasília, transporte de uma empresa de Juiz de Fora (MG), mobília e até pagamento de R$ 9.000 de celular e R$ 8.000 de xerox.

Calma aí. Dilma Rousseff antecipou para ontem a ida que faria hoje ao Rio para participar da reunião do Conselho de Administração da Petrobras. Mãe não só do PAC como de todo o setor elétrico, a ministra trataria de aparar arestas nas nomeações da nova subsidiária criada para cuidar dos biocombustíveis.

Antitérmico. Com a popularidade em queda livre devido ao escândalo do Detran, Yeda Crusius (PSDB-RS) liberou R$ 87 mi para pequenas obras, compra de ambulâncias, segurança e transporte.

Calendas. Integrantes do Conselho de Ética da Câmara dão como certo que o processo contra Paulinho da Força (PDT-SP) será concluído somente depois das eleições, embora o relator, Paulo Piau (PMDB-MG), fale em 15 de setembro. Deputados com experiência em cassações avaliam que o caso não chegará ao plenário neste ano.

Visita à Folha. João Carlos de Luca, presidente do IBP (Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustiveis), visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Murilo Marroquim, presidente do Comitê Diretivo, Ivan Simões, diretor, José Carlos Mattos, membro do instituto, e Lúcia Martins, diretora da FSB Comunicações.

com VERA MAGALHÃES e SILVIO NAVARRO

Tiroteio

"Fala-se do Exército, mas nem o secretário da Segurança, José Mariano Beltrame, sabia o que estava sendo feito no morro."

Do deputado CHICO ALENCAR (PSOL-RJ), sobre a omissão do governo Sérgio Cabral (PMDB) no caso das mortes de três jovens do morro da Providência.

Contraponto

GPS

Líderes governistas se esforçavam para caçar deputados pelos corredores da Câmara a fim de concluir a votação da emenda 29, anteontem, quando o quórum subitamente baixou. Diante da ameaça de derrota, motivada por uma debandada de parlamentares que iriam à partida entre Brasil a Argentina, em Belo Horizonte, Henrique Fontana (PT-RS) decidiu suspender tudo.
Em seguida, queixou-se a um grupo de petistas da dificuldade de reunir quórum em dias de jogos. Pepe Vargas (PT-RS), relator da nova CPMF, resolveu sugerir:
-Se vamos colocar chip em presidiário e pitbull, por que não fazer o mesmo com os deputados da base?


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