São Paulo, terça-feira, 20 de julho de 2004

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PAINEL

Trombada à vista
Nomeações para a área de arrecadação do INSS colocaram a Casa Civil em rota de colisão com o presidente do órgão, Carlos Bezerra, nomeado por imposição do PMDB. O xis da questão são cargos em São Paulo.

Gordura extra
Na avaliação de líderes partidários, o aumento da contribuição patronal ao INSS, anunciado para compensar o pagamento da correção de aposentadorias, não passa no Congresso. Mas o governo acha que, ao não mexer com os trabalhadores, tem margem para negociação.

Calculadora
A Previdência apresentou opções ao aumento de 20% para 20,6% da contribuição patronal. Uma delas previa a redução dos 20% para 15% e criava outra contribuição, sobre o faturamento, de 2,5%. A Fazenda bateu o martelo nos 0,6% a mais.

No prelo
No cronograma do Planalto, a MP com o aumento de 0,6% da contribuição patronal à Previdência seria editada hoje. Mas ela pode ficar para sexta-feira, enquanto o governo avalia melhor a repercussão da medida.

Última hora
Suplente na Comissão de Orçamento, a líder petista no Senado, Ideli Salvatti (SC), afirma que os parlamentares perceberam que a LDO estipula metas de gastos sociais para 2005 inferiores às deste ano somente "quando não havia mais tempo nem clima para mudar o texto."

Segunda chance
Ideli diz, porém, que a comissão entrou em recesso com o firme propósito de, na volta, "trabalhar para recompor as metas na elaboração do Orçamento".

Material reciclado
"Há que aumentar a nossa auto-estima, há que cada vez mais acreditar em nós." FHC, em agosto de 2001, batendo na tecla ora revisitada por Lula com campanha publicitária.

Estante nova
Ao custo de R$ 396 mil, o governo Lula promoverá reforma na biblioteca do Palácio do Planalto, direcionada para assuntos políticos, econômicos, administrativos e jurídicos. Trata-se de acervo outrora abrigado no Palácio do Catete, no Rio.

Em boa hora
Segundo cálculo preliminar dos tucanos, a prefeitura paulistana poderia sacar pelo menos R$ 500 milhões em depósitos judiciais do Banco do Brasil, a exemplo do que fez o Rio de Cesar Maia. Seria um bom reforço de caixa, em plena campanha, para a petista Marta Suplicy.

Bricolagem
O PSDB quer fixar a idéia de que, na eleição paulistana, representaria o "tostão" contra o "milhão" do PT. No comitê do partido, em vez de estantes e mesinhas de telefone, foram colocadas caixas de tomate.

Auxílio verde
Apesar de seu partido ter lançado candidato próprio a prefeito de São Paulo, o médico Eduardo Jorge (PV), ex-secretário da petista Marta Suplicy, participa da elaboração do plano de governo de Luiza Erundina (PSB) para a saúde.

Homem de preto
João Paulo Cunha assumiu a coordenação da campanha de Emídio de Souza em Osasco num momento delicado. Números à disposição de diferentes campanhas indicam que o petista foi ultrapassado pelo atual prefeito, Celso Giglio (PSDB).

Visita à Folha
José Antônio Franchini Ramires, diretor-geral do Incor (Instituto do Coração), professor titular e chefe do Departamento de Cardiopneumologia da Faculdade de Medicina da USP e presidente do Conselho Diretor da Fundação Zerbini, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Mário Serapicos, assessor de comunicação.

TIROTEIO

Do ex-secretário antidrogas Wálter Maierovitch sobre a Lei do Abate de aeronaves assinada pelo presidente Lula ontem:
-Nessa matéria, o aluno Lula suplantou o professor George Bush, porque nem ele tomou uma medida tão desastrosa.

CONTRAPONTO

Voto de caridade

O deputado federal petista Dr. Rosinha foi ao interior do Paraná no final de semana passado fazer campanha para o candidato de seu partido a prefeito.
No pequeno município de Porto Barreiro, o parlamentar circulava com seu grupo pelas ruas no corpo-a-corpo eleitoral.
Conhecido no Congresso pela cabeleira e longa barba branca, o visual de Rosinha chamou a atenção na cidade, que tem cerca de 5.000 habitantes.
A quem encontrava, o grupo do deputado dava uma rápida explicação sobre a importância do pleito de outubro para, em seguida, apontar qualidades de seu candidato a prefeito e pedir o voto do eleitor.
Depois de ouvir a ladainha até o fim, um senhor, com ar comovido, não se conteve:
-Tá certo, eu vou votar nele, mas não é por tudo isso que vocês falaram. É só porque esse bom velhinho está pedindo!


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