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Mulher de Paulinho quer apoio a Maluf
VIRGILIO ABRANCHES
DA REPORTAGEM LOCAL
Elza Pereira da Silva, mulher do
candidato do PDT à Prefeitura de
São Paulo, Paulo Pereira da Silva,
o Paulinho, afirmou ontem que,
se depender dela, o marido deve
apoiar o candidato Paulo Maluf
(PP) em um eventual segundo
turno em que os dois não se enfrentem. "Se for para tirar a Marta
[Suplicy], tem de apoiar o Maluf."
Elza acompanhou ontem o marido em um debate entre ele e o
candidato do PP na sede da Força
Sindical, entidade da qual Paulinho é presidente licenciado.
A central sindical tem organizado debates entre os candidatos à
prefeitura às segundas-feiras. Na
semana passada compareceu Luiza Erundina (PSB).
Ao ouvir as declarações da mulher, feitas à imprensa após o debate, Paulinho ficou claramente
constrangido. Sorriu e disse: "Vamos esperar a época certa para falar disso". Elza tentou, na seqüência, remediar: "Mas vamos votar
no Paulinho, porque ele é quem
vai para o segundo turno".
O debate foi morno. Para uma
platéia de cerca de 800 desempregados -que vão, todas as manhãs, à sede da Força procurar
trabalho- Maluf e Paulinho não
mostraram discordância.
Criticaram a gestão de Marta,
prometeram acabar com as taxas
do lixo e da luz e gerar empregos
no município.
Também concordaram ao elogiar o bilhete único para o transporte público, projeto da prefeita
que permite que um usuário tome
quantos ônibus quiser, dentro de
duas horas, pagando só uma passagem (R$ 1,70).
Sobre esse item, Paulinho prometeu dar bilhetes únicos para todos os desempregados, e Maluf
disse que estuda aumentar o período de validade do bilhete.
"Afro"
Ainda no debate, Maluf foi
questionado pela platéia -que
podia fazer perguntas- sobre o
fato de ter dito que, se Celso Pitta
não fosse um bom prefeito, ninguém nunca mais deveria votar
nele. Pitta foi secretário de Maluf
entre 1992 e 1995 e eleito com o
apoio do ex-prefeito em 1996.
"Quando eu apoiei o Pitta, a minha idéia era dar um novo valor,
um novo nome para política de
São Paulo. E a cidade mostrou
que não tem preconceitos, porque elegeu um afro para governá-la. Agora, errei. Quem aqui nunca
errou na vida?", afirmou Maluf.
No único momento em que
Paulinho e o pepista apresentaram idéias contrárias foi em relação à segurança pública. O ex-prefeito repetiu o bordão de colocar "a Rota na rua". Já Paulinho
retrucou: "Ninguém nasce bandido. A vida faz a pessoa escolher o
caminho errado. Só colocar polícia na rua adianta?".
Após o debate, Maluf foi questionado por jornalistas se acreditava que o episódio do motorista
que morreu em uma UTI após receber sua visita seria utilizado pelos adversários ao longo da campanha. O ex-prefeito demonstrou
irritação: "Os adversários devem
visitar a periferia e ver que o [José]
Serra foi o pior ministro da Saúde.
Falta remédio na periferia".
Maluf participou ontem de duas
entrevistas, uma para TV e outra
para rádio, com o jornalista Newton Flora. O ex-prefeito falou de
projetos para a cidade, prometeu
a volta do Cingapura, a melhora
do sistema de saúde e criticou novamente Serra, a quem atribuiu a
responsabilidade pelo aumento
dos juros no Brasil.
Colaborou LILIAN CHRISTOFOLETTI, da
Reportagem Local
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