São Paulo, terça-feira, 20 de julho de 2004

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Mulher de Paulinho quer apoio a Maluf

VIRGILIO ABRANCHES
DA REPORTAGEM LOCAL

Elza Pereira da Silva, mulher do candidato do PDT à Prefeitura de São Paulo, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, afirmou ontem que, se depender dela, o marido deve apoiar o candidato Paulo Maluf (PP) em um eventual segundo turno em que os dois não se enfrentem. "Se for para tirar a Marta [Suplicy], tem de apoiar o Maluf."
Elza acompanhou ontem o marido em um debate entre ele e o candidato do PP na sede da Força Sindical, entidade da qual Paulinho é presidente licenciado.
A central sindical tem organizado debates entre os candidatos à prefeitura às segundas-feiras. Na semana passada compareceu Luiza Erundina (PSB).
Ao ouvir as declarações da mulher, feitas à imprensa após o debate, Paulinho ficou claramente constrangido. Sorriu e disse: "Vamos esperar a época certa para falar disso". Elza tentou, na seqüência, remediar: "Mas vamos votar no Paulinho, porque ele é quem vai para o segundo turno".
O debate foi morno. Para uma platéia de cerca de 800 desempregados -que vão, todas as manhãs, à sede da Força procurar trabalho- Maluf e Paulinho não mostraram discordância.
Criticaram a gestão de Marta, prometeram acabar com as taxas do lixo e da luz e gerar empregos no município.
Também concordaram ao elogiar o bilhete único para o transporte público, projeto da prefeita que permite que um usuário tome quantos ônibus quiser, dentro de duas horas, pagando só uma passagem (R$ 1,70).
Sobre esse item, Paulinho prometeu dar bilhetes únicos para todos os desempregados, e Maluf disse que estuda aumentar o período de validade do bilhete.

"Afro"
Ainda no debate, Maluf foi questionado pela platéia -que podia fazer perguntas- sobre o fato de ter dito que, se Celso Pitta não fosse um bom prefeito, ninguém nunca mais deveria votar nele. Pitta foi secretário de Maluf entre 1992 e 1995 e eleito com o apoio do ex-prefeito em 1996.
"Quando eu apoiei o Pitta, a minha idéia era dar um novo valor, um novo nome para política de São Paulo. E a cidade mostrou que não tem preconceitos, porque elegeu um afro para governá-la. Agora, errei. Quem aqui nunca errou na vida?", afirmou Maluf.
No único momento em que Paulinho e o pepista apresentaram idéias contrárias foi em relação à segurança pública. O ex-prefeito repetiu o bordão de colocar "a Rota na rua". Já Paulinho retrucou: "Ninguém nasce bandido. A vida faz a pessoa escolher o caminho errado. Só colocar polícia na rua adianta?".
Após o debate, Maluf foi questionado por jornalistas se acreditava que o episódio do motorista que morreu em uma UTI após receber sua visita seria utilizado pelos adversários ao longo da campanha. O ex-prefeito demonstrou irritação: "Os adversários devem visitar a periferia e ver que o [José] Serra foi o pior ministro da Saúde. Falta remédio na periferia".
Maluf participou ontem de duas entrevistas, uma para TV e outra para rádio, com o jornalista Newton Flora. O ex-prefeito falou de projetos para a cidade, prometeu a volta do Cingapura, a melhora do sistema de saúde e criticou novamente Serra, a quem atribuiu a responsabilidade pelo aumento dos juros no Brasil.


Colaborou LILIAN CHRISTOFOLETTI, da Reportagem Local


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