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ELEIÇÕES 2004/CAIXA
Empresa manteve contratos no valor de R$ 80,4 milhões com a gestão Marta em SP
Empreiteira que atua nos CEUs doa R$ 300 mil ao PT
ANA FLOR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
RUBENS VALENTE
DA REPORTAGEM LOCAL
Empreiteira que atua nos CEUs
(Centros Educacionais Unificados), carro-chefe da campanha
eleitoral da prefeita de São Paulo,
Marta Suplicy (PT-SP), a Carioca
Christiani Nielsen doou R$ 300
mil para o diretório nacional do
PT em Brasília em 2003.
A empreiteira já colaborou com
R$ 619 mil para o caixa do PT desde 2002. Desde o início da gestão
Marta, a empresa manteve cerca
de R$ 80,4 milhões em contratos
com a prefeitura paulistana.
No último dia 1º, a Folha revelou que pelo menos R$ 20,5 milhões doados para os caixas partidários do PT e do PSDB foram revertidos para campanhas eleitorais em 2002 e 2000.
A legislação autoriza esse tipo
de doação e o repasse para as
campanhas. Mas a prestação de
contas eleitorais, divulgada ao final das campanhas, não traz o nome dos doadores partidários.
Após a reportagem, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) informou que a partir de 2005 passará
a divulgar pela internet, a exemplo do que já faz com as contas
eleitorais, também a relação dos
doadores partidários.
A prestação de contas do diretório nacional do PT de 2003, primeiro ano em que o partido comandou o governo federal, revela
que quase quadruplicou o valor
total das contribuições partidárias (previstas no estatuto do partido, como a "taxa" cobrada dos
petistas que exercem cargos no
Legislativo e no Executivo).
Em 2002, o valor total era de R$
1,25 milhão. No ano passado, saltou para R$ 4,59 milhões.
Pouco mais da metade disso, R$
2,4 milhões, veio das contribuições dos que ocupam cargos na
máquina pública.
Na antevéspera do Natal de
2003, os documentos indicam que
o tesoureiro do partido, Delúbio
Soares, correu a sacolinha entre
ministros, senadores, deputados
federais e ocupantes de cargos de
primeiro e segundo escalões.
Entre os ministros, quem mais
doou foi Antonio Palocci (Fazenda), com R$ 6.000. O tesoureiro
do PT arrecadou cerca de R$ 340
mil com esses petistas.
Mas a soma das doações de pessoas físicas (R$ 500 mil) ficou ainda abaixo do total das de pessoas
jurídicas (R$ 1,1 milhão). Colaboraram, além da Carioca Christiani
Nielsen, as empreiteiras OAS (R$
300 mil) e Coesa Engenharia (R$
300 mil) e as empresas de alimentação Thimino e Chieni (R$ 100
mil cada uma).
Entre os parlamentares, a doação média foi de R$ 2.500. A campeã foi a deputada Angela Guadagnin, ex-prefeita de São José
dos Campos (SP), que ao longo
do ano desembolsou R$ 9.700, o
que representa quase um salário
mensal líqüido da deputada.
Cobrança
O processo de prestação de contas do PT ainda está sob análise do
TSE. A Comissão de Exame de
Contas Eleitorias e Partidárias solicitou, em 29 de junho último,
uma série de providências do partido para regularizar o processo.
Um dos pedidos é a apresentação
de cópias autenticadas do comprovante de transferência de R$
4,83 milhões para a Fundação
Perseu Abramo, um braço do
partido com sede em São Paulo.
O TSE também cobrou a apresentação de cópias autenticadas
das notas fiscais das despesas feitas com recursos do Fundo Partidário. Dessa fonte, o PT gastou R$
1,5 milhão com rádio e TV, R$ 1,1
milhão com "encontros, convenções e eventos" e R$ 1,5 milhão
com "transportes e viagens". O
TSE repassou R$ 24,1 milhões de
Fundo Partidário ao PT.
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