São Paulo, sexta-feira, 20 de agosto de 2004

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PREVIDÊNCIA

Para os governadores Alckmin e Aécio, redução da tributação dos inativos terá impacto negativo estadual maior que federal

Estados vão perder mais, afirmam tucanos

DA AGÊNCIA FOLHA

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), disse que a cobrança de contribuição previdenciária de servidores inativos e pensionistas, com a redução do valor do desconto, provocará um impacto negativo nas finanças públicas do Estado.
"O governo vai perder uma receita importante", afirmou ontem o governador, em Taubaté (130 km de São Paulo), acrescentando que vai cumprir "rigorosamente" a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal).
Anteontem, o governo federal obteve vitória parcial na questão da contribuição dos inativos e pensionistas. Por sete votos a quatro, o STF (Supremo Tribunal Federal) aceitou o tributo, mas reduziu o valor do desconto.
Essa decisão diminuirá em R$ 285 milhões por ano a arrecadação que o governo esperar obter, que era de R$ 1,168 bilhão.
Para Alckmin, esse impacto negativo será maior nos Estados do que na União. "Todos os 27 Estados vão sofrer mais do que a União. Imagina-se que a perda da União seja menos da metade da perda dos Estados", declarou.
O governador de São Paulo afirmou que ainda será analisada de que maneira os valores descontados até aqui serão restituídos aos inativos e pensionistas. Segundo o STF, os contribuintes poderão exigir a restituição.
O governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), disse que a decisão do STF sobre a taxação dos inativos é "adequada", mas que, assim como Alckmin, ela trará prejuízos maiores aos Estados do que à União.
"Decisão do Supremo se respeita e se cumpre. Ela tem um aspecto exatamente adequado, porque respeita o princípio da contribuição solidária, sem o que a previdência pública não sobreviverá. Mas, na verdade, a forma e o conteúdo da decisão, mais uma vez, trazem prejuízos maiores aos Estados do que à União."
Aécio justificou dizendo que os Estados sairão perdendo porque têm "salários mais baixos do que os pagos pela União".

Sul
O governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto (PMDB), disse que a decisão "põe fim à enxurrada de liminares judiciais que deixavam uma situação de intranqüilidade e total indefinição aos municípios, Estados e União", mas, ao mesmo tempo, ""é algo preocupante, porque tem repercussão financeira, significa aumento do déficit previdenciário para a União e para os Estados".
Rigotto se referia ao aumento do teto salarial para o desconto da alíquota de 11% -nos Estados e nos municípios, passa de R$ 1.254,38 para R$ 2.508,76.
O governador gaúcho, porém, classificou a decisão como importante. ""Tínhamos de dar um fim, ter uma decisão definitiva", afirmou ele, que diz não ter ainda números sobre o impacto da medida no Rio Grande do Sul.
O governador do Paraná, Roberto Requião (PMDB), reafirmou ontem que é contra a tributação de inativos, mas que vai seguir a decisão do STF.
"Se pudesse, eu não cobraria, mas não há alternativa para o governo [estadual], caso contrário estaríamos incidindo em crime de responsabilidade por desistir de uma receita", afirmou.


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