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Painel
Renata Lo Prete - painel@uol.com.br
Próximos capítulos
Infra-estrutura, energia e inserção do Brasil no
mundo serão alguns dos temas da segunda semana de
programas de Lula no horário eleitoral. Assim como
foi feito com a economia, dominante na primeira semana, haverá esquetes para comparar os governos
atual e anterior, mas sem mencionar FHC. Além das
comparações, propostas para o segundo mandato e
depoimentos de Lula compõem a fórmula que, segundo os coordenadores da campanha, vem passando no
teste das pesquisas qualitativas.
As falas de Lula buscarão sempre estabelecer relação entre feitos do governo e a vida das pessoas. Depois de mirar os assalariados de baixa renda, o presidente agora também se dirigirá à classe média.
Frente. O comando político
da campanha de Lula já assistiu a seis programas completos. Com isso, a equipe de
marketing tem mobilidade
para definir os temas de olho
na temperatura do noticiário
e nas pesquisas qualitativas.
Deixa barato. A cúpula
petista decidiu ignorar a propaganda em que a coligação
de Alckmin ironiza declaração de Lula sobre o consumo
de filé mignon pelos pobres.
Balanço. O índio Fidelis Baniwa fez uma única exigência
ao ser contratado como apresentador do programa eleitoral de Lula: que fosse instalada uma rede em seu quarto de
hotel. Cama, nem pensar.
Os Okamottos. Se não for
bem sucedido no recurso ao
STF contra a multa de R$ 900
mil aplicada a Lula, o PT organizará campanha "solidária"
para arrecadar recursos com
filiados e pagar a dolorosa.
Desinibido 1. Leve e solto
no horário eleitoral, o mensaleiro Valdemar Costa Neto
(SP) não se importa em embaraçar Lula. Candidato a deputado federal, o presidente do
PL declara no ar que seu grande erro foi receber dinheiro
no caixa dois "para a campanha presidencial de 2002".
Desinibido 2. Com arrecadação mais que suficiente
para se eleger, Valdemar havia prometido a correligionários manter distância do programa de TV, mas virou protagonista do horário do PL. O
resto do elenco teme perder
votos com a associação.
Túnel do tempo 1. No
debate da Bandeirantes, Geraldo Alckmin se declarou
contra a redução da maioridade penal. Em 1989, como deputado, o tucano apresentou
projeto de lei pela mudança
da idade de 18 para 16 anos.
Túnel do tempo 2. Na
justificativa do projeto 1734/
89, hoje arquivado, Alckmin
alegava que, "sendo penalmente irresponsáveis, os
maiores de 16 e menores de 18
anos sentem-se encorajados à
prática de novos crimes".
Corretagem. A nova legislação eleitoral já cria profissões informais. No Rio, proliferam os "janeleiros", que
procuram candidatos oferecendo janelas, muros e quintais para veicular propaganda.
Os preços vão de R$ 100 a R$
1,5 mil, a depender do ponto.
Por fora. Os "janeleiros"
não trabalham com recibo,
mas tranqüilizam os candidatos: os donos das casas e dos
terrenos se comprometem a
assinar declaração de que veicularam a campanha de graça.
Trombone. Aldo Rebelo
(PC do B-SP) foi tirar satisfações com o sanguessuga Carlos Nader (PL-RJ), que usou
em sua propaganda uma declaração de apoio do presidente da Câmara. Segundo Aldo, a mensagem foi gravada
há mais de três meses e Neder
não pediu autorização para
repeti-la no horário eleitoral.
Ficha. Roland Lavigne
(PFL-BA), escalado para assumir uma cadeira na Câmara
no lugar de Coriolano Sales
(PFL), que renunciou depois
de acusado pela CPI dos Sanguessugas, escapou de processo de cassação em 1998 por
denúncia de realizar laqueadura em massa em pacientes.
Tiroteio
"Quem diria! Lula abandonou definitivamente o
PT e se abrigou na banda ruim do PMDB,
acomodando-se muito bem no aconchego de
Sarney, Renan, Suassuna e Jader."
De CARLOS LESSA, ex-presidente do BNDES no atual governo, em
conversa com um grupo de economistas no Rio de Janeiro.
Contraponto
Voz do dono
No final de 2005, ao entregar uma obra em Capão Bonito, Geraldo Alckmin assistia à cerimônia quando viu o
chefe do cerimonial passar um bilhete para o orador da
vez, que vinha prolongando sua fala indefinidamente. O
então governador quis saber de que se tratava. Ao ouvir
que era um pedido para que o homem encerrasse o discurso, repreendeu o funcionário. O orador representava a
entidade que ajudara a financiar a obra.
Em seguida, Antonio Carlos Pannunzio tomou o microfone. Quando o deputado tucano se aproximava dos 20
min de discurso, Alckmin chamou o chefe do cerimonial:
-Sabe aquele bilhetinho? Passa para o deputado, passa.
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