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JUDICIÁRIO
Nicolau tenta evitar confisco de dinheiro aplicado na Suíça
FREDERICO VASCONCELOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Enquanto a Justiça diverge sobre as condições físicas
do juiz aposentado Nicolau
dos Santos Neto, cuja idade
avançada e suposta depressão motivaram novo retorno
à prisão domiciliar, o ex-presidente do Tribunal Regional
do Trabalho defende sua
saúde financeira. Ele segue
tentando evitar a repatriação
de US$ 4,5 milhões da conta
"Nissan" no banco Santander, na Suíça, dinheiro apontado como fruto de desvios
na construção do Fórum
Trabalhista de São Paulo.
A Suíça promoveu espontaneamente o bloqueio dos
depósitos feitos ilegalmente
por Nicolau naquele país.
Em 2000, o Brasil contratou
um advogado norte-americano para acompanhar o
processo. Nicolau contratou
um advogado na Suíça para
impedir a repatriação.
Segundo o Ministério Público Federal, o ex-juiz apresenta recursos para evitar
que o dinheiro depositado na
conta "Nissa" retorne à
União. A Suíça tem por norma manter o bloqueio até
que o acusado tenha condenação definitiva. Embora
condenado a 26 anos de prisão em várias ações, nenhuma transitou em julgado.
Graças à morosidade da
Justiça brasileira, uma ação
civil pública por improbidade proposta em 1998 contra
os acusados pelo desvio de
R$ 169,5 milhões do fórum
trabalhista ainda não saiu da
fase de produção de provas.
Enquanto isso, um tribunal
da Flórida já deu sentença
definitiva, executada, o que
permitiu à União recuperar
US$ 870 mil com a venda de
um apartamento adquirido
por Nicolau em Miami.
Em abril de 2005, ao conseguir decisão favorável na
Justiça da Suíça, impedindo
a repatriação, Nicolau negou
as acusações e afirmou que
todas as movimentações financeiras foram feitas por
meio de bancos oficiais. Procurado, o advogado Ricardo
Sayeg, que defende o ex-juiz,
não quis comentar.
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