São Paulo, quarta-feira, 20 de agosto de 2008

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Vale tudo

O início da campanha na TV deflagrou uma corrida dos candidatos da base para ter Lula -seja como for- no palanque. A alta ansiedade foi sentida ontem em reunião do presidente com seu conselho político. Três candidatos apareceram de "bico": Jô Moraes (PC do B), de Belo Horizonte, Walter Pinheiro (PT), de Salvador, e Gastão Vieira (PMDB), de São Luís.
Jô foi a mais ousada. Quando Lula disse que quem quiser poderá usar fotos suas na propaganda, ela sacou o celular para registrar a imagem do presidente ali mesmo. "Lula é parte da minha vida política desde 1989", declarou a adversária de Márcio Lacerda (PSB), apoiado pelo prefeito petista Fernando Pimentel e pelo governador tucano Aécio Neves.



Tenho dito. "A volta da Marta à prefeitura é a melhor coisa que pode acontecer a São Paulo neste momento." É Lula falando, hoje, no programa de estréia da candidata do PT no horário eleitoral.

Só dá ela. Quem não tem Lula quer assegurar Dilma Rousseff. Depois de ter perdido a ida da ministra da Casa Civil a Porto Alegre, na qual foram gravados depoimentos dela para vários petistas gaúchos, Pepe Vargas, líder das pesquisas em Caxias do Sul, decidiu mandar equipe de televisão a Brasília para colocar a mãe do PAC em seu programa ainda nesta semana.

Efeitos especiais. José Priante (PMDB) estreou ontem em Belém inserções em que Lula aparece lhe cobrindo de elogios. O detalhe é que as imagens foram gravadas em 2006. O PT recorreu à Justiça Eleitoral na tentativa de tirar a "pegadinha" do ar.

Guerra santa 1. A ala da Assembléia de Deus em campanha contra Luizianne Lins (PT) em Fortaleza preparou nova leva de outdoors para espalhar na capital cearense. Comparam a candidata à reeleição a Jezebel. "Ela é contra a Bíblia e o povo de Deus."

Guerra santa 2. Depois da decisão que mandou recolher o primeiro lote de outdoors, a prefeita conseguiu que, em cinco dias, a Justiça Eleitoral determinasse a quebra do sigilo bancário dos financiadores. O objetivo é descobrir se algum adversário está bancando o material.

Contencioso. A fúria evangélica contra Luizianne começou quando ela decidiu (e depois recuou) abolir a exigência de manter Bíblias em bibliotecas públicas. O apoio da prefeita à união civil de homossexuais também ajudou.

Moita. O DEM, sempre o primeiro a gritar "pega ladrão" diante de escândalos no governo Lula, se faz de morto quanto às denúncias contra o primeiro-secretário Efraim Moraes (PB), investigado pela PF por suposto envolvimento em fraude na contratação de empresas pelo Senado. "Não há nada de consistente contra o senador", defende o presidente da sigla, Rodrigo Maia.

Em forma. A nova sensação na Assembléia gaúcha é um game de internet no qual o vice-governador Paulo Feijó (DEM), pivô do escândalo do Detran, aparece levantando halteres. O número dois da tucana Yeda Crusius é dono de academia em Porto Alegre.

Tipo exportação. O ministro do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias, recebe na próxima segunda-feira dirigentes de seis países africanos (Angola, Gana, Moçambique, Quênia, Tanzânia e Namíbia). O objetivo do encontro é fechar parcerias para a implementação, nesses locais, de programas similares ao Bolsa Família. Gana foi o primeiro a adotar a iniciativa, com ajuda técnica do Brasil.

Visita à Folha. Gilmar Mendes, presidente do Supremo Tribunal Federal, visitou ontem a Folha, a convite do jornal, onde foi recebido em almoço. Estava com Renato Parente, secretário de Comunicação Social do STF.

com VERA MAGALHÃES e SILVIO NAVARRO

Tiroteio
"A recusa da Polícia Federal em mostrar a fita inteira indica preocupação em evitar acesso a informações de impacto."

Do deputado GUSTAVO FRUET (PSDB-PR), sobre a resistência da PF em tornar público o áudio integral da reunião em que foi decidida a saída do delegado Protógenes Queiroz da Operação Satiagraha.

Contraponto

Domicílio eleitoral

A pequena comitiva brasileira que acompanhou a posse de Fernando Lugo no Paraguai chegou a Assunção com receio de ouvir um discurso inflamado pela revisão do Tratado de Itaipu. A fala do novo presidente foi moderada, mas, caminhando pela capital, Delcídio Amaral (PT-MS) e o diretor-geral da usina pelo lado brasileiro, Jorge Samek, encontraram um pequeno grupo que gritava:
-Itaipu! Itaipu!
O senador brincou com o amigo:
-Não sabia que sua popularidade era tão grande!
E completou:
-Você deveria se eleger deputado aqui, não no Brasil!


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