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ALAGOAS
Motivo são as ofensas a Lessa
Collor tem comício suspenso pela Justiça
EDUARDO DE OLIVEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA
Por conta de ofensas ao governador Ronaldo Lessa (PSB), que
busca a reeleição em Alagoas, o
ex-presidente e candidato Fernando Collor (PRTB) teve um comício suspenso por ordem da
Justiça Eleitoral.
O fato ocorreu no domingo passado, durante ato de Collor no
município de Santana do Mundaú (103 km de Maceió).
A suspensão, determinada pelo
juiz eleitoral Maurício César Breda Filho, foi baseada na resolução
13.623/ 2002, do TRE (Tribunal
Regional Eleitoral), que trata sobre o poder de polícia dos juízes
sobre a propaganda eleitoral.
Pelo expediente, o juiz tem poder de ofício, ou seja, pode tomar
a iniciativa para coibir o que considerar abusivo.
Com o caso de Collor, é a terceira suspensão que Breda Filho determina com base na resolução,
sendo que as outras duas estão
sendo questionadas por meio de
mandados de segurança.
A decisão do magistrado é baseada no relato feito por um oficial de Justiça e um observador
eleitoral. No chamado auto de
constatação, é atribuída a Collor,
contra Lessa, as expressões "o
"viado" comeu o capim da lagoa" e
"borra-botas" durante o comício.
Ao ouvir as ofensas, um observador voltou à comarca da cidade
e informou o juiz. A partir da interpretação de que a fala ofendia a
moral e os bons costumes, Breda
Filho determinou a suspensão do
comício, por meio de mandado.
Collor, segundo sua assessoria, já
havia deixado o palanque.
Questionado se a sua decisão
eventualmente representaria abuso de autoridade, ele citou a resolução 20.988/ 2002, do Tribunal
Superior Eleitoral.
Pela resolução (art. 62), o juiz
tem poder de ofício para "impedir
ou fazer cessar, imediatamente,
toda a forma de propaganda eleitoral em desrespeito ao permissivo das disposições legais".
O mesmo argumento foi usado
pelo advogado Gustavo Viseu, especialista em direito eleitoral, para quem a decisão do juiz não
apresenta problemas.
A campanha em Alagoas é uma
das mais polarizadas do país, e está permeada por agressões.
Segundo a última pesquisa do
Ibope, Lessa e Collor estão tecnicamente empatados: 43% contra
38%, respectivamente, para uma
margem de erro de 3,5 pontos
percentuais.
Rui França, assessor de imprensa de Lessa, disse ontem que um
dos advogados que trabalham na
campanha à reeleição vai ingressar na Justiça com uma representação contra Collor pelo caso
ocorrido no domingo passado.
"Há muito que a história do
Collor se processa na polícia e na
Justiça. Que os dois se encarreguem de fiscalizá-lo", disse o governador por meio do assessor.
Célio Gomes, assessor de imprensa de Collor, disse que candidato não iria comentar o assunto.
Sobre a representação, ele afirmou que o comando de campanha vai aguardar a notificação da
Justiça para se pronunciar.
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