São Paulo, segunda-feira, 20 de setembro de 2004 |
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TODA MÍDIA O barro e a água
NELSON DE SÁ
Começou com uma entrevista à revista do "New York Times" o lançamento de "Diários de Motocicleta" nos EUA, onde estréia amanhã. Pelo especial que anuncia a hollywoodiana "Variety" e pela entrevista, a cobertura americana se dedicará menos ao ícone Che Guevara do que ao "easy rider" Walter Salles, diretor do filme. "Easy rider" foi o título no "NYT", para descrever não Che, mas o cineasta e sua biografia. Perguntas e respostas trataram de pontos pouco conhecidos, como viver o maio de 68 em Paris, onde morou com o pai diplomata. Outro trecho falou de um conselho de Fellini, logo aceito, para trocar os documentários para TV pelo cinema. O "NYT" perguntou também sobre o fato de, com seu próximo filme, que está em finalização, "Dark Water", Salles ter desembarcado em Hollywood. E ele: - Não tão rápido. Meu filme seguinte [após "Dark Water"] é uma pequena produção sobre quatro irmãos na periferia de São Paulo. Quando se é um diretor latino-americano, você pode ser curioso e olhar, mas tenha sempre a certeza de ter a passagem de volta. Mais campanha Lula fez campanha por aqui e viajou a Nova York, para outra campanha, hoje -a de um fome zero mundial. Era manchete ontem no site do "Le Monde", que citava o presidente Jacques Chirac e Lula como líderes. Era destaque também no "El País", de onde sai um terceiro líder da campanha, José Zapatero. E no Chile do socialista Ricardo Lagos. De quebra, o "L'Osservatore Romano" defendia a conferência -e o Vaticano divulgava, pelo porta-voz Joaquín Navarro Vals, que o papa envia seu secretário de estado para se juntar aos anunciados "mais de 50 chefes de estado", hoje. Como se vê, em âmbito politicamente correto, a campanha parece que vai bem. Bush, não Mas aí vem a agência Reuters e acrescenta em seu despacho sobre a conferência do fome zero mundial, em destaque: - Mas o presidente George W. Bush que estará em Nova York na terça, não vai. Bush abre amanhã a Assembléia Geral, com tema que adiantou anteontem: - A comunidade internacional deve se mostrar à altura do momento histórico. E os EUA estão prontos para conduzi-la. Sem cadeira E tem mais campanha de Lula em Nova York, com poucas perspectivas, agora pela vaga no Conselho de Segurança. O "Financial Times" noticiou a "pressão" brasileira e outros, do "El País" ao "La Nación", detalharam como é tarefa difícil para Brasil e os demais. Pelo que se lia ontem, deve sair uma reforma do Conselho, mas sem os ansiados novos assentos permanentes. Por aqui, Argentina, México e Chile são contra, o que tira de Lula o argumento de liderar a América Latina. Texto Anterior: Prefeito revela fatos inéditos do Araguaia Próximo Texto: Diplomacia: Lula tenta pôr fome na agenda mundial Índice |
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