São Paulo, quarta-feira, 20 de setembro de 2006

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Dólares foram sacados em banco nos EUA

MARIO CESAR CARVALHO
DA REPORTAGEM LOCAL

As cintas douradas de papel que prendiam os maços de dólares apreendidos pela Polícia Federal trazem duas pistas para se descobrir quem deu os recursos para a compra do dossiê. 1) Indicam que o dinheiro foi sacado em um banco nos EUA; 2) Como a numeração das notas é seqüenciada, rastreá-las é tão fácil quanto tirar pirulito das mãos de uma criança.
Quatro especialistas no mercado financeiro consultados pela Folha foram unânimes em apontar uma origem comum ao dinheiro: a tesouraria de um banco nos EUA. Os US$ 139 mil apreendidos eram divididos em pacotes de US$ 10 mil, os quais estavam presos em cintas com a inscrição: "BEP - One Hundred - $ 10,000". BEP é a sigla do Bureau of Engraving and Printing, a casa da moeda dos EUA.
Os especialistas são unânimes em descartar que os dólares tenham passado por doleiros no Brasil. Esse tipo de dinheiro circula de forma similar ao contrabando: em aviões privados ou carros, quando se tem fronteira terrestre pouco vigiada.
O rastreamento do dinheiro é fácil porque a PF conhece a numeração. Qualquer saque acima de US$ 10 mil precisa ser documentado pelo banco. Um dos mistérios dos US$ 139 mil é que é incomum nos EUA saques dessa ordem -a economia americana é movida a cartão de crédito. Outra razão é que, comprovada a origem criminosa, o governo aplica multas milionárias aos bancos.


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