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Dólares foram sacados em banco nos EUA
MARIO CESAR CARVALHO
DA REPORTAGEM LOCAL
As cintas douradas de papel que prendiam os maços
de dólares apreendidos pela
Polícia Federal trazem duas
pistas para se descobrir
quem deu os recursos para a
compra do dossiê. 1) Indicam
que o dinheiro foi sacado em
um banco nos EUA; 2) Como
a numeração das notas é seqüenciada, rastreá-las é tão
fácil quanto tirar pirulito das
mãos de uma criança.
Quatro especialistas no
mercado financeiro consultados pela Folha foram unânimes em apontar uma origem comum ao dinheiro: a
tesouraria de um banco nos
EUA. Os US$ 139 mil
apreendidos eram divididos
em pacotes de US$ 10 mil, os
quais estavam presos em
cintas com a inscrição: "BEP
- One Hundred - $ 10,000".
BEP é a sigla do Bureau of
Engraving and Printing, a
casa da moeda dos EUA.
Os especialistas são unânimes em descartar que os dólares tenham passado por
doleiros no Brasil. Esse tipo
de dinheiro circula de forma
similar ao contrabando: em
aviões privados ou carros,
quando se tem fronteira terrestre pouco vigiada.
O rastreamento do dinheiro é fácil porque a PF conhece a numeração. Qualquer
saque acima de US$ 10 mil
precisa ser documentado pelo banco. Um dos mistérios
dos US$ 139 mil é que é incomum nos EUA saques dessa
ordem -a economia americana é movida a cartão de
crédito. Outra razão é que,
comprovada a origem criminosa, o governo aplica multas milionárias aos bancos.
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