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ELEIÇÕES 2008 / SÃO PAULO
Serra reage aos ataques de Alckmin e defende Kassab
Em nota, governador diz que afirmação de candidato tucano "não é correta"
Candidato do PSDB disse ontem que o governador de São Paulo não queria, em 2004, Gilberto Kassab (DEM) como seu vice à prefeitura
ANA FLOR
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Chamado para a arena da
desgastante briga do PSDB/
DEM, o governador José Serra
contestou ontem Geraldo Alckmin, candidato de seu próprio
partido, e saiu em defesa do
prefeito e candidato à reeleição
Gilberto Kassab (DEM). Pela
manhã, Alckmin afirmou que a
indicação de Kassab para a vice
de Serra em 2004 fora produto
de um golpe.
Irritado com a menção de seu
nome, Serra reagiu só à noite e
por intermédio da assessoria:
"Lamento que a febre da disputa eleitoral acabe me envolvendo em ataques de campanha. A afirmação não é correta.
Não houve golpe na indicação
do nome, que foi feita pelo PFL,
até porque quem me conhece
sabe que pressão comigo não
funciona. Por outro lado, como
já afirmei em outras ocasiões, o
Gilberto Kassab foi um vice leal
e solidário. E, à frente da prefeitura, seguiu à risca nosso programa de governo". No Palácio
dos Bandeirantes, a avaliação é
que Alckmin obrigou uma manifestação de Serra.
Pela manhã, Alckmin afirmou que Serra não queria Kassab como vice e ameaçou desistir de concorrer quando o nome
foi escolhido. "O Serra queria
como candidato o Lars Grael
[hoje no PPS, na época no PFL].
Depois se acertou, e já estava
escolhido praticamente o Alexandre [de] Moraes [secretário
municipal dos Transportes].
Houve um golpe na véspera da
convenção, o Serra quase desistiu de ser candidato. Não é a
forma adequada de fazer as coisas", acusou.
Alckmin também citou uma
ferida antiga: a aliança entre
DEM (PFL) e o PT pela eleição
de Rodrigo Garcia para presidente da Assembléia Legislativa, em 2005.
"Deram [o DEM] um golpe
junto com o PT na véspera da
convenção, o sr. Rodrigo Garcia, que hoje está na prefeitura
também. Nos derrotou unido
com o PT."
Contido pelo coordenador de
comunicação da campanha,
Luiz Gonzalez, Kassab limitou-se a lembrar que Alckmin participara do processo de escolha
de seu nome para a vice de Serra. "Na época, ele [Alckmin]
compunha a aliança, que foi
muito importante para eleger o
José Serra, eleger o Kassab, e
ele estava também participando desse processo."
Em suas conversas, Kassab
acusa Alckmin de comportamento "indigno". O presidente
do DEM, Rodrigo Maia (RJ), alfinetou: "O eleitor não espera
uma atitude tão agressiva de
um homem de Deus, que dizem
ser ligado à Opus Dei".
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