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Mendes questiona se Abin tomou lugar da PF na Satiagraha
Para presidente do STF, revelações sobre atuação da agência na operação sugerem "situação de descontrole, de desgoverno'
Ministro diz que órgão está extrapolando sua função institucional, que é dar assessoria ao presidente, e não prestar apoio à polícia
KÁTIA BRASIL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS
O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro
Gilmar Mendes, questionou
ontem, em Manaus, se a Abin
(Agência Brasileira de Informação) está tomando o lugar da
Polícia Federal, ao se referir à
participação de agentes do órgão na Operação Satiagraha.
Mendes também expressou
preocupação com uma possível
atuação da agência no caso do
grampo divulgado de uma conversa entre ele e o senador Demóstenes Torres (DEM-GO).
"Inicialmente se dizia que a
Abin não tinha participado desse episódio [Satiagraha], depois
se afirmou que a Abin fez um
apoio técnico, depois se revelou
que teve uma participação mais
ampla de 52 [agentes da Abin],
agora se informa que são 56
diante dos 22 agentes federais
[da PF] que atuaram. Então
vem a pergunta: quem é que teve uma atuação principal nesse
episódio? A Abin ou a PF?"
O ministro continuou: "Nós
ainda tivemos uma outra revelação: o diretor-geral da PF
[Luiz Fernando Corrêa] não sabia que a Abin tinha esse grau
de participação. Então vem a
pergunta: o que está ocorrendo
nessa seara? A Abin está agora
substituindo a PF? E ela pode
fazê-lo? A meu ver, não. Isso é
ilegítimo. É uma situação de
descontrole, de desgoverno? É
preciso que nós respondamos a
essas perguntas".
Mendes disse ainda que a
função da Abin é assessorar o
presidente da República. "Nós
sabemos que essa [prestar
apoio à PF] não é a função institucional da Abin. A função da
Abin é dar assessoria e informações seguras ao presidente."
O ministro esteve ontem em
Manaus para presidir o 1º Encontro Regional do Judiciário,
onde falou para cerca de 40 magistrados sobre a cooperação
entre os tribunais e o Conselho
Nacional de Justiça.
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