São Paulo, domingo, 20 de outubro de 2002

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OUTRO LADO

Para deputados, estudo não avalia qualidade

DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

Os dois deputados federais citados na reportagem como exemplo dos que, apesar de mal avaliados pelo Datafolha, conseguiram com folga a reeleição disseram, basicamente, que priorizaram durante o mandato o trabalho em suas bases eleitorais, ações que não são medidas na avaliação.
"Sempre trabalho com a qualidade, não com a quantidade [de projetos apresentados"", disse o ex-ministro Affonso Camargo (PSDB-PR).
O deputado reeleito afirmou que sua defesa da manutenção do vale-transporte -apesar de não ter conseguido aprovar projeto que estenderia o benefício aos desempregados- foi seu "principal cabo eleitoral".
Camargo declara ainda que atuou "verdadeiramente" como um deputado distrital, dando atenção especial e destinando suas emendas à região metropolitana de Curitiba e à Ponta Grossa (PR).
Já o deputado federal Vittorio Medioli (PSDB-MG), que é dono do jornal "O Tempo", afirmou ter importantes atividades "que fogem dos parâmetros de medição adotados pelo Datafolha".
O parlamentar afirmou ter se dedicado ao fortalecimento do PSDB em Minas, à participação em entidades sociais e à interação política com os diversos municípios do interior mineiro, entre outras ações.
"Sou uma pessoa que se dedica com seriedade ao que faz, julgo que essas razões influenciam o eleitor e não são medidas pelo Datafolha", afirmou.

Não-reeleitos
A Agência Folha tentou ouvir ainda oito congressistas bem avaliados pelo levantamento Datafolha, mas que não conseguiram se reeleger. Apenas quatro deles responderam aos questionamentos.
O deputado Régis Cavalcante afirmou que a eleição em Alagoas foi um "leilão".
"No passado compravam título de coronel da Guarda Nacional, agora estão comprando mandato de deputado federal. Não tem uma rua em nenhum município de Alagoas onde não se tenha comprado voto", afirmou Cavalcante.
Segundo o deputado federal Vivaldo Barbosa (PDT-RJ), três fatores contribuíram para a sua não-reeleição: a campanha com pouco dinheiro, a aliança entre o seu partido e o PPS de Ciro Gomes e a fraca campanha trabalhista no Rio de Janeiro.
Já o deputado federal pessebista Pedro Valadares (SE) reclamou da verticalização, que restringiu as alianças nos Estados e dificultou ao PSB a obtenção de um mínimo de votos para eleger um deputado federal em Sergipe.
"Obtive o reconhecimento pela minha atuação, pois fui o terceiro candidato mais votado do Estado, com 65 mil votos, o que representa mais que o dobro da votação do último deputado eleito em Sergipe", afirmou Valadares.
Para o deputado federal Emerson Kapaz (PPS-SP), motivos como "a falta de espaço na televisão e a ausência de candidatos fortes para os cargos majoritários" contribuíram para o fracasso da sua tentativa de reeleger-se. (RB)


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