São Paulo, sexta-feira, 20 de outubro de 2006

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ELEIÇÕES 2006 / DEBATE

Petistas e tucanos festejam desempenho do adversário

Aliados de Alckmin destacam erros do presidente; lulistas vêem recuo do rival

Para ministros que foram ao evento, Lula saiu da defensiva, confrontou idéias e mostrou diferenças entre projetos de PT e PSDB


MALU DELGADO
ROGÉRIO PAGNAN
DA REPORTAGEM LOCAL

Os aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva comemoraram o recuo de Geraldo Alckmin (PSDB), que no debate de ontem não repetiu o tom agressivo adotado no debate da TV Bandeirantes. Para os ministros que acompanharam Lula ontem, o presidente saiu da defensiva, confrontou idéias para um segundo mandato e apresentou diferenças de projetos do PT e do PSDB. Lula agiu com desenvoltura, foi irônico e demonstrou segurança, comemoravam integrantes da comitiva. Um resultado, segundo aliados, da boa posição nas pesquisas somada ao recuo de Alckmin.
Os tucanos, por sua vez, ressaltaram os erros cometidos por Lula. O presidente do PSDB, Tasso Jereissati (CE), chamou de "estonteante" o fato de Lula ter errado a taxa Selic. O governador eleito de São Paulo, José Serra, também disse que o petista cometeu vários equívocos com os números.
Questionado se saiu vitorioso do debate, o candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, disse que gostou muito do confronto. Para ele, o adversário foi irônico. "Esse não é o caminho. São questões sérias. Estamos falando de coisas sérias", comentou.
Mais uma vez, Alckmin procurou explicar a conduta no debate da TV Bandeirantes, quando foi mais duro. "Não tenho agressividade, mas não pode ter passividade com a corrupção. A gente fica triste de as coisas não estarem esclarecidas."
A reação de Lula ao deixar o estúdio do SBT foi o mais claro indicativo do humor do presidente. Ele chegou até a brincar com a imprensa e foi sarcástico com o adversário. "Eu de vez em quando acho que o Alckmin é um pouco eletrônico. Acho que tem alguém apertando um botão e ele fala sempre as mesmas coisas", disse.
O presidente fez piada até sobre o suposto temperamento agressivo dos tucanos. "Acho que a preparação, da outra vez, era para que ele viesse muito agressivo. Aliás, agressividade mostrada por alguns membros do PSDB lá no Rio de Janeiro que arrancaram o dedo de uma companheira do PT. O meu está arrancado, mas não foi por uma mordida. Foi por uma prensa." Ele fez referência a uma publicitária petista agredida em um bar -ontem, a agressora negou ser tucana e disse que vota em Lula.
O ministro Guido Mantega (Fazenda) disse que o recuo da agressividade de Alckmin permitiu a "contraposição de idéias e programas de forma clara". "A população só gosta de tensão nas novelas e nos programas policiais", afirmou.


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