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ELEIÇÕES 2006 / DEBATE
Petistas e tucanos festejam desempenho do adversário
Aliados de Alckmin destacam erros do presidente; lulistas vêem recuo do rival
Para ministros que foram
ao evento, Lula saiu da defensiva, confrontou idéias e mostrou diferenças entre projetos de PT e PSDB
MALU DELGADO
ROGÉRIO PAGNAN
DA REPORTAGEM LOCAL
Os aliados do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva comemoraram o recuo de Geraldo Alckmin (PSDB), que no debate de
ontem não repetiu o tom agressivo adotado no debate da TV
Bandeirantes. Para os ministros que acompanharam Lula
ontem, o presidente saiu da defensiva, confrontou idéias para
um segundo mandato e apresentou diferenças de projetos
do PT e do PSDB. Lula agiu com
desenvoltura, foi irônico e demonstrou segurança, comemoravam integrantes da comitiva.
Um resultado, segundo aliados,
da boa posição nas pesquisas
somada ao recuo de Alckmin.
Os tucanos, por sua vez, ressaltaram os erros cometidos
por Lula. O presidente do
PSDB, Tasso Jereissati (CE),
chamou de "estonteante" o fato
de Lula ter errado a taxa Selic.
O governador eleito de São
Paulo, José Serra, também disse que o petista cometeu vários
equívocos com os números.
Questionado se saiu vitorioso do debate, o candidato do
PSDB, Geraldo Alckmin, disse
que gostou muito do confronto.
Para ele, o adversário foi irônico. "Esse não é o caminho. São
questões sérias. Estamos falando de coisas sérias", comentou.
Mais uma vez, Alckmin procurou explicar a conduta no debate da TV Bandeirantes, quando foi mais duro. "Não tenho
agressividade, mas não pode
ter passividade com a corrupção. A gente fica triste de as coisas não estarem esclarecidas."
A reação de Lula ao deixar o
estúdio do SBT foi o mais claro
indicativo do humor do presidente. Ele chegou até a brincar
com a imprensa e foi sarcástico
com o adversário. "Eu de vez
em quando acho que o Alckmin
é um pouco eletrônico. Acho
que tem alguém apertando um
botão e ele fala sempre as mesmas coisas", disse.
O presidente fez piada até sobre o suposto temperamento
agressivo dos tucanos. "Acho
que a preparação, da outra vez,
era para que ele viesse muito
agressivo. Aliás, agressividade
mostrada por alguns membros
do PSDB lá no Rio de Janeiro
que arrancaram o dedo de uma
companheira do PT. O meu está arrancado, mas não foi por
uma mordida. Foi por uma
prensa." Ele fez referência a
uma publicitária petista agredida em um bar -ontem, a agressora negou ser tucana e disse
que vota em Lula.
O ministro Guido Mantega
(Fazenda) disse que o recuo da
agressividade de Alckmin permitiu a "contraposição de
idéias e programas de forma
clara". "A população só gosta de
tensão nas novelas e nos programas policiais", afirmou.
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