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Lorenzetti pode ter adquirido parte do dinheiro
RANIER BRAGON
ADRIANO CEOLIN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O vice-presidente da CPI dos
Sanguessugas, deputado Raul
Jungmann (PPS-PE), disse ontem que a comissão recebeu
uma informação de que parte
do dinheiro usado na frustrada
tentativa de compra do dossiê
antitucano teria sido adquirida
por Jorge Lorenzetti em uma
agência de turismo e câmbio de
Florianópolis, a Centaurus Turismo Câmbio Ltda.
De acordo com o deputado, a
informação dá conta de que Lorenzetti -ex-coordenador do
setor de inteligência da campanha de Luiz Inácio Lula da Silva- teria adquirido US$ 150
mil na agência de câmbio.
"Essa é uma suspeita que
quero ver esclarecida. Segundo
essa informação que chegou a
nós, a Centaurus teria feito
uma operação de venda de US$
150 mil ao senhor Jorge Lorenzetti", disse Jungmann.
A Polícia Federal já sabe que
os dólares que seriam usados
na compra do dossiê (foram
US$ 248,8 mil, mais R$ 1,168
milhão, totalizando R$ 1,7 milhão) entraram no Brasil legalmente, por meio do banco Sofisa. Daí, eles foram distribuídos
para diversas casas de câmbio.
Jungmann diz que, segundo
a informação que chegou à CPI,
uma das casas de câmbio que
recebeu o dinheiro foi a Action,
"que teria adquirido uma quantia muito acima da média" e repassado o montante para a
Centaurus, em Florianópolis.
O vice-presidente da CPI disse ter conversado ontem sobre
o assunto com o delegado da PF
Diógenes Curado, responsável
pelas investigações sobre o caso. "Ele disse: "Deputado, não
posso fazer qualquer comentário a esse respeito, mas, sem
sombra de dúvida, Santa Catarina é um dos centros das nossas preocupações"."
A Folha falou com a Centaurus. Um funcionário indicado
para falar pela empresa, que se
identificou como Gilson, afirmou que 99% das transações
feitas pela empresa envolvem
valores inferiores a US$ 10 mil.
Ele negou a venda de US$ 150
mil e disse que a Centaurus não
negociou em nenhum momento com Jorge Lorenzetti.
Aldo de Campos Costa, advogado de Lorenzetti, disse que
"as ilações do deputado são absolutamente infundadas". Depois de contatar o seu cliente,
Campos Costa disse que Lorenzetti reitera o depoimento
que prestara à Polícia Federal.
Ou seja, não sabe de onde veio e
não tem nada a ver com o dinheiro do dossiê.
O vice-presidente da CPI
também disse ontem que recebeu do delegado Diógenes Curado a informação de que a PF
acredita que vá identificar a
origem do R$ 1,7 milhão antes
do 2º turno das eleições, que
será no dia 29 de outubro.
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