São Paulo, sexta-feira, 20 de outubro de 2006

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Tucano defende filha, mas diz que mulher errou

DA REPORTAGEM LOCAL

O candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, negou ontem favorecimento à Daslu, maior loja de artigos de luxo do país, de cuja inauguração ele participou. A loja foi investigada pela polícia e pela Receita por suspeita de sonegação fiscal. Disse ainda que a mulher, Lu Alckmin, errou ao receber vestidos de um estilista.
"Em relação a essa questão de vestido, veja o cuidado que eu tenho [com a administração pública]. Meu patrimônio é menor que o do Lula. Sou mais pobre que ele. Fui tão cuidadoso que a minha mulher nunca foi nomeada para cargo público."
A filha de Alckmin, Sofia, foi responsável pela área de novos negócios da Daslu (da qual já se desligou). Em 2005, foi recebida com outros representantes da loja na secretaria da Fazenda do Estado (quando Alckmin ainda era governador). Pedia autorização para instalar o caixa único na loja que abrigava em seu prédio, à época, outras 13 empresas. Por causa da reunião, o secretário da Fazenda, Eduardo Guardia, foi convocado a prestar esclarecimentos na Assembléia Legislativa.
Alckmin disse não ver problema na atuação da filha. "O critério é impessoal, o que a secretaria faz em termos de ICMS faz para todos", disse. "Ela não é sócia, foi empregada, trabalhou honestamente. Saiu até para não criar maiores constrangimentos. Não tem nada de errado."
Alckmin afirmou ainda que a filha foi convidada por uma colega para trabalhar na Daslu e que aceitou para ter independência. Também disse que o fato de ter trabalhado na loja não a liga aos problemas da loja.

Vestidos
Em março, o estilista Rogério Figueiredo disse à Folha que doou 400 vestidos à mulher do tucano, Lu Alckmin. Mais tarde, em depoimento ao Ministério Público, disse não se lembrar do número exato. Lu Alckmin diz ter recebido 49 peças.
Ontem, Alckmin votou a falar que a mulher errou. Porém, disse que a doação não prejudicou os cofres públicos e que os vestidos foram doados a entidades beneficentes. "Depois de 32 anos de vida pública, não tenho patrimônio, e o que me acusam é porque a minha mulher usou um vestido que depois doou para uma entidade", disse. "Ela nunca foi nomeada para nenhum cargo público. Recebeu os vestidos, errou. Não deveria ter recebido, porque agora não estaríamos falando sobre isso."


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