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ELEIÇÕES 2006 / CÂMARA
Líderes defendem reajuste salarial para os deputados
Aumento nos vencimentos, hoje em R$ 12,8 mil, une a situação e a oposição
Líder do PT diz que deputado não pode ficar cinco anos sem aumento, em
análise, segundo parlamentar do PFL, "serena"
LETÍCIA SANDER
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em uma manifestação de
consenso, líderes partidários
defenderam ontem um reajuste no salário de deputados, hoje
de R$ 12,8 mil mensais. "Deputado não pode ficar quatro, cinco anos sem ser reajustado, como qualquer trabalhador (...)
Mas tem que ser um reajuste
que a sociedade compreenda
como algo justo, razoável", afirmou o líder do PT, Henrique
Fontana (RS).
O último aumento ocorreu
em fevereiro de 2003, quando o
salário passou de R$ 8 mil para
R$ 12,7 mil. O valor depois subiu para os atuais R$ 12,8 mil,
por conta de um reajuste de 1%
dado aos servidores federais.
Fontana disse que é "evidente" a defasagem salarial dos
congressistas e defendeu uma
"desmistificação" no debate sobre o tema. "Não vamos alimentar uma visão antideputado, antiparlamentar. O parlamento, por pior que seja, não é
pior que a ditadura", afirmou,
antecipando-se às críticas.
O aumento de salário sempre
é um assunto que traz desgaste
aos parlamentares. A última legislatura já foi bastante criticada pelos escândalos do mensalão e da máfia das ambulâncias.
Líder da minoria na Câmara,
o deputado José Carlos Aleluia
(PFL-BA) avaliou que o petista
fez "uma análise serena" sobre
o tema. "O reajuste pode acontecer, não vejo nenhum impedimento". Ele ressaltou a necessidade de cortar gastos em
outros setores para não elevar o
orçamento geral da Casa.
O corte de gastos para permitir um reajuste aos parlamentares também foi citado pelo líder
do PFL, Rodrigo Maia (RJ).
"Pode haver reajuste. Este tema virá à discussão (..) Não é
que o salário do parlamentar
seja baixo. Mas as despesas são
altas". O deputado citou a verba
indenizatória e os cargos em
comissão como possível fonte
de cortes.
Já o líder do PMDB, Wilson
Santiago (PB), foi o único a sugerir um valor que considera
razoável para os congressistas:
R$ 24,5 mil, o mesmo que ganham os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal). "Não
podemos causar uma falta de
interesse do cidadão na política
porque não há uma remuneração justa". Para o deputado, o
reajuste não precisa ser algo
"astronômico", mas sim, "compatível para se viver com dignidade". Ele discutirá o assunto
na bancada do PMDB.
Na véspera, o presidente da
Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), admitiu que há uma reivindicação de parlamentares para
o reajuste de seus salários. Ele
afirmou, entretanto, que o tema não está em pauta na Casa.
Hoje, cada um dos 513 deputados recebe variadas cotas
mensais, além do salário: 1) R$
15 mil para montagem de escritórios nos Estados; 2) R$ 3.000
para gasto com moradia; 3) R$
4,3 mil para correio e telefone;
4) de R$ 4,1 mil a R$ 16,5 mil para passagens aéreas.
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