São Paulo, sábado, 20 de outubro de 2007

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Nos EUA, Marta diz que Hillary a "encanta"

Ministra do Turismo afirma que ascensão de mulheres ao poder em diversos países do mundo a faz "ter uma reflexão"

Em Washington, petista fecha acordo de US$ 1 bilhão com Banco Interamericano de Desenvolvimento para investimentos no turismo

SÉRGIO DÁVILA
DE WASHINGTON

O exemplo de Hillary Clinton, primeira mulher da história dos EUA com chances reais de ser presidente, não inspira a brasileira Marta Suplicy. Mas a "encanta" e a faz "ter uma reflexão" sobre o recente boom mundial de mulheres no poder. "São modelos", disse à Folha a ministra do Turismo.
A petista se referia à principal pré-candidata do Partido Democrata à sucessão de Bush, mas também à atual presidente do Congresso norte-americano, Nancy Pelosi, à candidata argentina Cristina Kirchner, "com chances altíssimas de eleição", à presidente chilena, Michelle Bachelet, e à chanceler alemã Angela Merkel. "São modelos femininos", disse, também "para centenas de milhares de meninas."
Para ela não? "Vou lhe contar uma história simples." Quando era candidata ao governo paulista, em 1998, eleição vencida por Mario Covas, a petista diz ter encontrado Bruna, 8, filha do seu candidato a vice, Nilton Lima. "Ela queria ser bailarina." Ao fim da campanha, a encontrou de novo. A menina disse: "Mudei, agora quero ser governadora de São Paulo". E quanto a ela?
"Essas discussões são todas prematuras hoje, e eu não tenho mais oito anos de idade", disse a ministra, de 62 anos. Pesquisa Datafolha publicada em 13 de agosto a coloca em segundo lugar nas intenções de voto para a Prefeitura de São Paulo em 2008, com 24%, atrás do tucano Geraldo Alckmin (30%). Na ocasião, Marta disse que não voltaria ao posto que ocupou entre 2001 e 2004. Sobre a corrida ao governo do Estado em 2010, porém, afirmou: "Isso a gente pode avaliar".
No encontro com o repórter no saguão de um hotel de Washington, anteontem à tarde, indagada se achava que teria um custo político a frase "Relaxa e goza", dita por ela no auge do caos aéreo, em junho último, ela respondeu: "Foi uma frase infeliz, houve um pedido de desculpas. Não sei se terá custo político".
Sobre o fato de ter sido tirado do ar recentemente um comercial de uma montadora de automóveis em que um ator imitando a ministra fazia referência à frase, Marta Suplicy negou qualquer pressão do governo. "Pressão nenhuma, como é que eu ia fazer pressão?", disse.
Ela estava na cidade para fechar um acordo com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que levará US$ 1 bilhão ao setor de turismo brasileiro. Encontrou-se também com representantes do setor hoteleiro e aéreo norte-americanos. Discutiu-se a crise aérea? "Sabe que não? Ninguém me perguntou nada."
A crise, disse, "atrapalhou como uma notícia negativa em determinado momento, porque um acidente sempre repercute negativamente. E afetou a vida de centenas de pessoas tragicamente. Nesse sentido, foi uma tragédia que enlutou o Brasil. Mas, se formos pensar em números, a crise da Varig afetou mais."
Marta se referia respectivamente ao acidente do vôo 3054 da TAM no aeroporto de Congonhas, em julho, no qual morreram 199 pessoas, e à crise da Varig, vendida em junho de 2006, depois de longo declínio econômico, que levou ao cancelamento de vários vôos. "A crise da Varig nos fez perder assentos, e isso nos fez perder turistas em grande número."


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