|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Nos EUA, Marta diz que Hillary a "encanta"
Ministra do Turismo afirma que ascensão de mulheres ao poder em diversos países do mundo a faz "ter uma reflexão"
Em Washington, petista fecha acordo de US$ 1 bilhão com Banco Interamericano
de Desenvolvimento para investimentos no turismo
SÉRGIO DÁVILA
DE WASHINGTON
O exemplo de Hillary Clinton, primeira mulher da história dos EUA com chances reais
de ser presidente, não inspira a
brasileira Marta Suplicy. Mas a
"encanta" e a faz "ter uma reflexão" sobre o recente boom
mundial de mulheres no poder.
"São modelos", disse à Folha a
ministra do Turismo.
A petista se referia à principal pré-candidata do Partido
Democrata à sucessão de Bush,
mas também à atual presidente
do Congresso norte-americano, Nancy Pelosi, à candidata
argentina Cristina Kirchner,
"com chances altíssimas de
eleição", à presidente chilena,
Michelle Bachelet, e à chanceler alemã Angela Merkel. "São
modelos femininos", disse,
também "para centenas de milhares de meninas."
Para ela não? "Vou lhe contar uma história simples."
Quando era candidata ao governo paulista, em 1998, eleição vencida por Mario Covas, a
petista diz ter encontrado Bruna, 8, filha do seu candidato a
vice, Nilton Lima. "Ela queria
ser bailarina." Ao fim da campanha, a encontrou de novo. A
menina disse: "Mudei, agora
quero ser governadora de São
Paulo". E quanto a ela?
"Essas discussões são todas
prematuras hoje, e eu não tenho mais oito anos de idade",
disse a ministra, de 62 anos.
Pesquisa Datafolha publicada
em 13 de agosto a coloca em segundo lugar nas intenções de
voto para a Prefeitura de São
Paulo em 2008, com 24%, atrás
do tucano Geraldo Alckmin
(30%). Na ocasião, Marta disse
que não voltaria ao posto que
ocupou entre 2001 e 2004. Sobre a corrida ao governo do Estado em 2010, porém, afirmou:
"Isso a gente pode avaliar".
No encontro com o repórter
no saguão de um hotel de Washington, anteontem à tarde, indagada se achava que teria um
custo político a frase "Relaxa e
goza", dita por ela no auge do
caos aéreo, em junho último,
ela respondeu: "Foi uma frase
infeliz, houve um pedido de
desculpas. Não sei se terá custo
político".
Sobre o fato de ter sido tirado
do ar recentemente um comercial de uma montadora de automóveis em que um ator imitando a ministra fazia referência à frase, Marta Suplicy negou qualquer pressão do governo. "Pressão nenhuma, como é
que eu ia fazer pressão?", disse.
Ela estava na cidade para fechar um acordo com o Banco
Interamericano de Desenvolvimento (BID), que levará US$ 1
bilhão ao setor de turismo brasileiro. Encontrou-se também
com representantes do setor
hoteleiro e aéreo norte-americanos. Discutiu-se a crise aérea? "Sabe que não? Ninguém
me perguntou nada."
A crise, disse, "atrapalhou
como uma notícia negativa em
determinado momento, porque um acidente sempre repercute negativamente. E afetou a
vida de centenas de pessoas
tragicamente. Nesse sentido,
foi uma tragédia que enlutou o
Brasil. Mas, se formos pensar
em números, a crise da Varig
afetou mais."
Marta se referia respectivamente ao acidente do vôo 3054
da TAM no aeroporto de Congonhas, em julho, no qual morreram 199 pessoas, e à crise da
Varig, vendida em junho de
2006, depois de longo declínio
econômico, que levou ao cancelamento de vários vôos. "A
crise da Varig nos fez perder
assentos, e isso nos fez perder
turistas em grande número."
Texto Anterior: Mercosul: Sarney é "lacaio", afirma deputado venezuelano Próximo Texto: Frase Índice
|