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STF deve anistiar "infiéis", diz Marco Aurélio
Apesar de defender fidelidade para cargos majoritários retroativa a março, ministro acha que Supremo vai optar por 16 de outubro
Segundo presidente do TSE, ministros levarão em conta a data mais recente porque somente nesta ocasião debate foi elucidado
FELIPE SELIGMAN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os ministros do Supremo
Tribunal Federal devem decidir por 16 de outubro como a
data a partir da qual fica proibido o troca-troca partidário de
prefeitos, senadores, governadores e presidente da República, disse à Folha o presidente
do Tribunal Superior Eleitoral,
ministro Marco Aurélio Mello.
"Apesar de não concordar
com a interpretação, creio que
a decisão do STF deve levar em
conta a recente data, pois apenas nesta consulta houve a elucidação da matéria em relação
às eleições majoritárias."
Marco Aurélio defende o dia
27 de março como data limite
do troca-troca entre partidos
para todos os políticos, eleitos
por sistema proporcional ou
majoritário. Naquele dia, o TSE
impôs a fidelidade partidária
para deputados e vereadores.
Ao ratificar essa decisão, há
duas semanas, o STF livrou do
risco de perda do mandato os
que mudaram de sigla antes daquela data. No último dia 16, o
TSE estendeu a regra da fidelidade ao presidente da República, senadores, governadores e
prefeitos, mas deixou em aberto a data em que a regra passará
a valer. O dia poderá ser definido na próxima quinta-feira, por
meio de resolução do tribunal.
Se a análise de Marco Aurélio
se confirmar, os quatro senadores que trocaram de partido
depois do dia 27 -além de pelo
menos 159 prefeitos em todo o
país- não perderão o mandato.
Outra consulta relacionada à
fidelidade partidária deverá ser
respondida pelo TSE. O deputado federal Eunício Oliveira
(PMDB) questionou o tribunal
sobre a relação entre a restrição do troca-troca e coligações.
Em sua consulta, ele pergunta:
"É correto afirmar que o instituto da fidelidade pôs fim a
possibilidade de se formarem
coligações no âmbito das eleições proporcionais e majoritárias?". Para o deputado, as recentes respostas favoráveis à
fidelidade não elucidam o que
aconteceria se um prefeito mudar de partido, tendo o vice de
outra sigla. Ele também quer
saber sobre a situação de senadores "infiéis" com suplentes
também de outros partidos.
Por trás das dúvidas, está o
interesse dele, presidente estadual do PMDB no Ceará, em
saber o destino de ao menos 12
prefeitos de seu Estado que engordaram para 28 o número de
cargos majoritários sob seu comando, além de sua pretensão
em ser candidato ao Senado.
Marco Aurélio não vê problemas no caso das coligações. "Se
um prefeito mudar de partido,
assume automaticamente seu
vice. Não tem problema. A coligação foi estabelecida pelo partido cujo mandato pertence."
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