|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
PELO PAÍS
Nos municípios, troca-troca é visto como forma de conseguir recursos
RENATA BAPTISTA
SÍLVIA FREIRE
DA AGÊNCIA FOLHA
Prefeitos que saíram dos partidos pelos quais foram eleitos
disseram que migraram de sigla em busca de recursos para
seus municípios, por meio da
atuação de líderes regionais nas
esferas federal e estadual. A
disputa de grupos municipais e
o risco de ficar sem vaga para
concorrer às eleições também
foram justificativas dadas.
A Folha ouviu ontem prefeitos que mudaram recentemente de partido e que correm o
risco de ter seus mandatos cassados após a decisão do Supremo Tribunal Federal que barrou o troca-troca partidário
após o dia 27 de março.
Levantamento recente apontou que, no Estado de Mato
Grosso, 29 prefeitos ingressaram na legenda do governador
Blairo Maggi, que deixou o PPS
pelo PR. O prefeito de Chapada
dos Guimarães (MT), Gilberto
Schwarz de Mello, eleito pelo
PPS, disse que a mudança para
o PR aconteceu em "solidariedade" ao governador. "Ele já
fez tanto pelo município."
Também por "solidariedade"
a Blairo, o prefeito de Itiquira,
Ondanir Bortoloni, saiu do
DEM para o PR. Ele disse que
não descarta voltar ao DEM
para manter o mandato.
O prefeito de Quebrangulo
(AL), Marcelo Ricardo Vasconcelos, foi eleito pelo PSB, passou pelo PDT e está no PMDB.
Ele disse que procurou um partido que desse boas condições
para sua candidatura à reeleição e o "ajudasse a resolver os
problemas do município".
Já a prefeita de General Sampaio (CE), Eliene Leite Araújo
Brasileiro, que trocou o PPS
pelo PRB, disse que "estava
sem espaço no partido para
disputar a reeleição".
Prefeito de Cedro de São
João (SE), Marcos da Costa
Santana trocou o PTB pelo
PMDB. "Eu fui eleito na coligação desses dois partidos. Eu
não saí da coligação", diz. "Saí
em 29 de maio. Não posso voltar, porque aí não posso ser
mais candidato a reeleição. Só
se abrirem brecha para os arrependidos voltarem."
O prefeito de Passagem
(RN), Ronaldo Meireles, foi do
DEM para o PMN em 2005 e,
no começo deste mês, mudou
para o PP. "O controle do PMN
e do PP é dos amigos no Estado." O prefeito de Alta Floresta
d'Oeste (RO), Valdoir Gomes
Ferreira, não quis responder:
"Essas coisas a gente só comenta pessoalmente".
Colaborou a Redação
Texto Anterior: Em São Paulo: Prefeitos dizem que mudam para se aproximar do governo Próximo Texto: Um quarto da Câmara quer disputar eleição em 2008 Índice
|