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REFORMA AOS PEDAÇOS
Tucano defende que unificação do imposto seja incluída na votação da primeira etapa da tributária
Alckmin quer ICMS aprovado já em 2003
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), defendeu
ontem que a unificação da legislação do ICMS, prevista na reforma
tributária, seja votada neste ano.
Anteontem, o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva deu aval para
o fatiamento da reforma no Senado em três etapas, jogando as discussões relativas ao imposto estadual para o ano que vem.
Neste ano devem ser aprovadas
apenas a prorrogação da CPMF e
da DRU (Desvinculação de Receitas da União), já previstas no Orçamento de 2004, a partilha da Cide (contribuição sobre a venda de
combustíveis) e a implantação do
fundo para compensar os Estados
pela desoneração das exportações. Ficariam para 2005 -a segunda fase- a unificação do
ICMS, o fim da guerra fiscal e os
mecanismos de desenvolvimento
regional. A terceira seria concluída em 2007 com a perspectiva de
construir um imposto de valor
adicionado (IVA) e unificar as
contribuições sociais.
"A questão fiscal é relevante,
mas isso não é reforma tributária.
Reforma tributária é mais do que
isso. A unificação do ICMS é um
passo importante, a mudança na
Cofins, que acabou sendo feita
por medida provisória, é um outro passo também, claro que com
cuidado na questão da calibragem
[da alíquota] para que não haja
aumento da carga tributária", disse Alckmin, que esteve na Câmara
ontem de manhã.
Guerra fiscal
A unificação das 27 alíquotas de
ICMS hoje existentes em uma só,
federal, era o cerne da reforma tributária. Também estava prevista
a redução das alíquotas do imposto de 44 para cinco.
Para Alckmin, as mudanças no
imposto estadual simplificariam a
legislação e ajudariam no combate à sonegação fiscal. O principal
interesse do paulista, no entanto,
é o fim da guerra fiscal.
Hoje, como cada Estado tem
sua própria legislação de ICMS, é
possível conceder benefícios fiscais para a atração de empresas.
Foi aí que a proposta desandou,
não havendo consenso entre os
governadores.
"É uma medida prática [o fatiamento], estamos chegando muito
perto do final do ano e há o princípio da anualidade [o imposto só
pode ser cobrado no ano posterior à aprovação]. Se não for possível votar tudo até o final do ano,
é possível votar uma parte, mas eu
incluiria dentro dessa parte a unificação da legislação do ICMS
neste ano", disse o tucano.
Rigotto
Ontem, o governador do Rio
Grande do Sul, Germano Rigotto
(PMDB), também se manifestou
descontente com o fatiamento da
reforma. "[A proposta tributária]
corre o risco de virar um novo remendo fiscal. A idéia de deixar alguns dispositivos para 2005 ou
2007 é uma tentativa de rifar na
reforma o que era um de seus
maiores avanços: a simplificação
do sistema tributário brasileiro."
O governador peemedebista
também pediu um "aperfeiçoamento" das modificações na Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social)
-que, segundo ele, resultarão em
aumento na carga tributária e na
informalidade da economia.
"É possível aperfeiçoarmos a
medida provisória [que tratou do
assunto], evitando prejuízos para
alguns setores que foram sumariamente penalizados, como o de
serviços, até mesmo com a definição de alíquotas diferenciadas."
(FERNANDA KRAKOVICS)
Colaborou LÉO GERCHMANN, da Agência Folha, em Porto Alegre
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