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Itália ainda acredita que Lula seguirá o STF
Ministério da Justiça italiano afirma esperar que o presidente brasileiro cumpra o veredicto pela extradição de Battisti
Votação no Supremo causou
surpresa no país; imprensa
ainda repercute a frase de
Lula, dita em Roma, de que
seguiria a decisão da corte
LUCIANA COELHO
DE GENEBRA
O governo da Itália ainda tem
a expectativa de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva
siga a decisão do Supremo Tribunal Federal e extradite o terrorista Cesare Battisti, apesar
da notícia de que Lula busca
uma justificativa legal para
manter o italiano no Brasil.
"Esperamos que [Lula] siga
em absoluto a sentença do Supremo", disse por telefone Italo
Ormanni. Braço direito do ministro da Justiça, Angelino Alfano, e chefe do Departamento
de Questões de Justiça da pasta, Ormanni tem sido nos últimos meses o encarregado das
gestões de Roma no Planalto:
"Não é oficial ainda, o governo
italiano só comentará quando
for uma decisão oficial".
Ele acrescentou que Roma
estava satisfeita com o veredicto pela extradição -Battisti foi
condenado por quatro assassinatos que ele descreve como
crimes políticos, e o governo da
Itália, como crimes comuns.
O governo e a imprensa italiana ainda repercutiam uma
declaração feita por Lula na segunda, em Roma, de que seguiria o STF. Mas Lula fez claramente a ressalva de que o faria
se fosse uma decisão "determinativa", obrigando-o a segui-la.
Não foi o que ocorreu. A possibilidade de Lula evitar a extradição parece ter surpreendido
Roma. Ontem, a Folha contatou o Ministério da Justiça, e
funcionários indagaram várias
vezes se ele optaria pelo veto.
Os ministros da Justiça e da
Defesa, após celebrarem o voto
do STF na véspera, deram declarações ontem dizendo que
esperariam Lula. Em sua estada na Itália, Lula almoçou com
o premiê Silvio Berlusconi, de
direita, e se reuniu com o líder
esquerdista Massimo D'Alema,
do Partido Democrático. O caso Battisti foi tratado nos encontros, e ambos os políticos
são a favor da extradição.
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