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REFORMAS
Cerimônia foi comandada por presidentes das Casas, sem presença de Lula; Sarney é rápido, e João Paulo improvisa
Congresso promulga tributária e Previdência
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Sem a presença do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva e em
meio à crise entre Câmara e Senado devido à esperada convocação
extraordinária em janeiro, o Congresso promulgou ontem a reforma da Previdência, que ainda terá
mudanças, e a primeira etapa da
reforma tributária.
A cerimônia foi comandada pelos presidentes do Senado, José
Sarney (PMDB-AP), e da Câmara,
João Paulo Cunha (PT-SP). Lula,
que no início da semana anunciou a intenção de comparecer à
cerimônia, desistiu em razão do
mal-estar gerado no Congresso,
que preferia um evento discreto.
Diferentemente de Sarney, que
fez um discurso rápido e solene,
João Paulo surpreendeu com um
pronunciamento longo, de improviso, em tom de prestação de
contas e afirmação do Legislativo.
"Houve a marca do Senado e da
Câmara na melhoria das condições do nosso povo. Se nós repararmos bem, o risco Brasil não
caiu por uma obra divina. Todos
os passos dados pela Câmara e pelo Senado tinham correlação imediata com a avaliação do risco
Brasil." João Paulo afirmou que o
Congresso garante instrumentos
"para que possamos em 2004 comemorar não somente números e
cifras, mas que a gente possa ver
parte do povo tendo seu emprego
e as condições de vida da nossa
população sendo melhoradas".
O deputado apontou "contribuições" dadas pelo Legislativo
nas áreas econômica e social, como a aprovação dos projetos que
tratam da regulamentação do sistema financeiro, da nova Lei de
Falências, do Estatuto do Desarmamento e do Idoso, de preservação da mata atlântica -este ainda
pendente de votação no Senado- e de combate à violência.
Em seu discurso, Sarney disse
que o Congresso teve relação de
"absoluto equilíbrio" com os demais Poderes e "não faltou ao
país". Atribuiu à "coragem" do
presidente Lula a promulgação.
Em razão do conflito entre as
duas Casas por causa da posição
de João Paulo contrária à convocação extraordinária -definida
por ele como um "escândalo"-,
o senador Demóstenes Torres
(PFL-GO) aproveitou para criticar o discurso do deputado.
"Escândalo é o desempenho
que ele [João Paulo] teve hoje pela
manhã na reunião conjunta do
Congresso, quando fez uma espécie de "por que me ufano deste
país", elogiando um governo que,
na realidade, não está tão bom assim das pernas", disse.
Criticou o fato de João Paulo ter
citado a aprovação de projetos
que amenizariam a criminalidade. "Uma verdadeira vergonha de
quem é, na realidade, partidário
do "queridismo penal" e que, por
conta de uma lei alterada na Câmara, vai soltar 40 mil presos no
Natal, perigosos, com condenação acima de oito anos", disse.
Próximos passos
Aprovadas com votos da oposição nas duas Casas, ambas as reformas estão incompletas.
A maior parte da tributária foi
alterada e será submetida novamente à Câmara. A previdenciária já está em processo de alteração na proposta de emenda constitucional chamada de PEC paralela, aprovada no Senado.
As reformas serão publicadas
no "Diário do Legislativo" só em
31 dezembro, para que vigorem a
partir de 1º de janeiro de 2004.
O PDT entrou no STF (Supremo Tribunal Federal) com uma
ação direta de inconstitucionalidade contra a cobrança da contribuição previdenciária dos servidores inativos e a redução em
30% na pensão das viúvas, instituídas pela emenda constitucional da reforma da Previdência.
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