UOL

São Paulo, sábado, 20 de dezembro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

DISTRITO FEDERAL

Ministério Público acusa governador de irregularidades na campanha eleitoral que o reelegeu, em 2002

Justiça recebe 2º pedido de cassação de Roriz

SILVANA DE FREITAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) recebeu ontem o segundo parecer do Ministério Público pela cassação do mandato do governador do Distrito Federal, Joaquim Roriz (PMDB), por abuso do poder econômico e político e uso indevido dos meios de comunicação na campanha de 2002.
Roriz diz acreditar que exista motivação política nas acusações.
Autor do parecer, o vice-procurador-geral eleitoral, Roberto Monteiro Gurgel Santos, sugeriu ao TSE que julgue na mesma sessão os dois processos. Um foi movido pelo PT e o outro, pelo Ministério Público Eleitoral.
Para Gurgel, "os dois recursos abrigam irregularidades que convêm analisar conjuntamente como peças que são de um mesmo mosaico de ilícitos eleitorais".
O relator desses processos, ministro Carlos Velloso, havia dito que o julgamento de pelo menos um deles ocorreria ainda neste ano, mas um pedido de vista do vice-procurador impediu a decisão. O recesso do Judiciário começa hoje e termina em 1º de fevereiro.
Nos dois casos também é recomendada a cassação do mandato da vice-governadora, Maria de Lourdes Abadia (PSDB). Na hipótese de Roriz e a vice perderem o cargo, a Justiça Eleitoral terá de decidir se dará posse ao segundo colocado, Geraldo Magela (PT), ou convocará nova eleição.
Os processos são chamados recursos contra a expedição do diploma (habilitação para exercer os cargos de governador e vice), o que resulta na perda do mandato.
O Ministério Público Eleitoral afirma que Roriz utilizou órgãos públicos e uma entidade de assistência social, o ICS (Instituto Candango de Solidariedade), para desviar verbas orçamentárias.
As duas empresas envolvidas, Adler e Linknet, receberam dinheiro do ICS supostamente para prestar serviços à instituição. Mas, segundo os procuradores eleitorais que fizeram essa apuração, a primeira montou comitês eleitorais de Roriz e de aliados, e a Linknet forneceu carros para a campanha. Nesse caso, o ex-procurador-geral eleitoral Geraldo Brindeiro deu parecer em junho contra o governador.
A coligação "Frente Brasília Esperança", encabeçada pelo PT, atribui a Roriz a prática de irregularidades, como compra de votos.
Roriz também responde a inquéritos no Superior Tribunal de Justiça, sob acusação de grilagem de terras, descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal e desvio de dinheiro público.


Texto Anterior: Eleições: TSE vai julgar deputados eleitos pelo Prona em SP
Próximo Texto: Outro lado: Para governador, pedido contém motivação política
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.