DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A derrota na votação da CPMF amargou não apenas o ânimo político governista mas também suas festas de final de ano em Brasília. A oposição, porém, celebrou sem pudores, com direito a um jantar de luxo dos democratas em um lounge flutuante no lago Paranoá.
Até o tradicional coquetel do ministro Guido Mantega (Fazenda) com jornalistas foi cancelado, pela falta de "clima". Já no apartamento da senadora Kátia Abreu (DEM-TO), o ambiente, anteontem, era de euforia, com música ao vivo, vinhos, brincadeiras ao microfone, bacalhoada e sorvete de tapioca. Deputados tucanos, que estavam em seu próprio jantar, chegavam aos poucos para engrossar a festa.
O aperto político chegou até ao Supremo, cujo ambiente tradicionalmente cordato foi substituído por divergências públicas após a votação que aceitou a abertura de ação sobre o mensalão, quando os ministros foram flagrados combinando e palpitando seus votos por computador.
A presidente do STF, Ellen Gracie, apreciadora de coquetéis comemorativos, não agendou nada neste ano.
Num café caprichado ontem, o líder do PR, deputado Luciano Castro (RR), chegou atrasado e saiu à francesa.
O almoço dos parlamentares e ministros do PMDB, ontem, com bobó de camarão e purê, também não satisfez os apetites, segundo relatos.
Ontem à noite, o presidente do Senado, Garibaldi Alves, faria sua estréia como anfitrião na residência oficial. Já o Democratas ofereceria jantar no "I Maestri", um restaurante flutuante de Brasília.


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