da Coordenação de Artigos e Eventos

Ao ser confrontados com as mudanças propostas em cada capítulo das reformas, os entrevistados se dividem em relação às iniciativas do governo federal.
No caso da Previdência, por exemplo, a maior parte (68%) quer a manutenção da aposentadoria por tempo de serviço, já descartada. Ampla maioria é contra a aposentadoria de servidores com vencimentos integrais (80%), a favor da adoção de contas previdenciárias individuais (81%) e, se pudesse escolher, optaria pela previdência privada (79%).
Quanto à reforma tributária, os entrevistados acham que ela deve diminuir impostos para gerar empregos (58%). O projeto do governo visa redistribuir a carga, mantendo-a no mesmo patamar.
Por sua vez, as opiniões sobre a reforma das leis trabalhistas oscilam entre dois pólos: intervenção, em maior ou menor grau, do Estado e liberdade de negociação.
Os entrevistados, por exemplo, acreditam que os direitos trabalhistas devem ser negociados entre patrões e empregados (72%, contra 27% que defendem sua regulação exclusiva pelas leis do trabalho) -mas não descartam a interferência da Justiça do Trabalho nos casos de desacordo (68%).
O fim da contribuição sindical obrigatória é bem-vindo (79% a favor). A extinção da obrigatoriedade de um só sindicato por categoria, em cada região, já não tem a mesma receptividade (55% são contra; 41%, a favor).
Paulo Rabello diz ver um "nítido corte liberal" nos dados. Segundo o economista, a pesquisa não teve nenhum tipo de indução para que as respostas viessem ao encontro das posições do Instituto Atlântico -entidade que, entre outras atividades, assessora o PFL em suas propostas de reforma.
De alguma forma, essa identificação aconteceu em vários pontos da pesquisa. "O trabalhador tende ao antipaternalismo. Ele quer o suporte da lei, o estímulo à produção, ao emprego, mas não a tutela, o subsídio, o favorecimento. São características liberais "lato sensu', sem vícios neoliberais." (RO)



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