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GOVERNO PETISTA
Partido crítica prioridade dada à Previdência
Petistas reclamam mais espaço na tomada de decisão do governo Lula
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Integrantes da cúpula petista
reclamaram ontem, na reunião da
Executiva Nacional do partido,
que têm sido pouco ouvidos pelo
governo no início do mandato.
Houve queixas específicas à decisão de Luiz Inácio Lula da Silva
de dedicar prioridade total à reforma da Previdência e buscar um
projeto de autonomia operacional do Banco Central sem que isso
tenha passado pelo crivo de instâncias partidárias.
As críticas vieram principalmente das alas "da esquerda partidária", mas não se restringiram
a esses setores.
A senadora Heloísa Helena
(AL), da ala radical Democracia
Socialista, discordou da prioridade dada à discussão da autonomia
do Banco Central, que deve tomar
parte da agenda do governo no
primeiro semestre.
Para ela, Lula deveria centrar
suas baterias na aprovação de
uma reforma tributária já nos
próximos meses.
No PT, há temor de que o estilo
"rolo compressor" personificado
pelo ministro-chefe da Casa Civil,
José Dirceu, acabe alijando o partido das políticas de governo.
Fórum
Já durante o período de transição houve críticas de deputados
federais e especialistas do partido
em diversas áreas ao fato de não
estarem sendo consultados.
Na reunião da Executiva, também houve críticas de petistas a
respeito da intenção de Lula de
viajar ao Fórum Econômico
Mundial, em Davos (Suíça).
Uma delas veio do secretário de
Formação Política do PT, Joaquim Soriano, que reclamou do
fato de o governo enviar uma
"enorme" delegação ao evento.
Devem acompanhar o presidente 12 pessoas, entre ministros
e assessores.
"O presidente é muito querido
em Porto Alegre. Ponderei que
deveria ser levado em conta o fato
de o Fórum Social ter surgido justamente como contrapeso ao Fórum Econômico", afirmou Joaquim Soriano.
Combate ao Racismo
O ministro-chefe da Secretaria
Geral, Luiz Dulci, anunciou à Executiva que será criada mais uma
secretaria especial, dedicada ao
combate ao racismo.
A criação da secretaria era já um
compromisso de campanha de
Lula, mas acabou não sendo efetivada na primeira bateria de nomeações do governo.
O formato ainda não foi definido, mas a instância deverá ter status de primeiro escalão, subordinada diretamente ao presidente,
nos moldes da Secretaria de Políticas para a Mulher.
Não foi anunciado um nome
para o órgão, mas o favorito é
Martus Chagas, atual responsável
no partido pela área.
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