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Empresários querem prioridade igual para reforma tributária e Previdência
DA REPORTAGEM LOCAL
Representantes do empresariado defendem que a reforma tributária seja tratada com a mesma
prioridade que o governo vem
dando à previdenciária, e que seja
votada ainda este ano.
Horacio Lafer Piva, da Fiesp
(Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e Júlio Sérgio
Gomes de Almeida, do Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial), afirmam que
ambas as reformas são complementares.
Com a necessidade de equilibrar o caixa do Tesouro Nacional,
a reforma tributária perdeu lugar
na lista de prioridades do novo
governo para as mudanças no sistema de Previdência, que apresenta déficit.
Piva e Gomes de Almeida afirmam acreditar na votação ainda
em 2003, sob o argumento de que
o diagnóstico e as mudanças necessárias para conseguir uma carga tributária "que privilegie a
competitividade da indústria brasileira" são mais consensuais que
os arranjos necessários para mudar o sistema previdenciário.
Sem a reforma tributária, diz
Gomes de Almeida, o Brasil não
estará em condições de aderir à
Alca (Área de Livre Comércio das
Américas), que implica em abertura da economia do país e competição com outras indústrias.
O diretor-executivo do Iedi diz
que a reforma é necessária para
corrigir práticas danosas à competitividade da indústria brasileira, como, ele cita, os impostos sobre exportações e investimentos
internos. "[No Brasil] você compra uma máquina e paga impostos sobre ela e o que ela produz."
Piva diz que "é preciso acreditar
que um sistema racional acrescenta receita [para o governo",
não tira". O fato de o sistema tributário brasileiro, como está, já
garantir boa receita seria um dos
motivos pelos quais o governo
não se empenharia na reforma.
Ambos afirmam que deixá-la
para o segundo ano de governo
pode impossibilitá-la. "É um filme que já assistimos antes", diz
Piva se referindo ao governo anterior. "No final nós morremos."
Piva critica a possibilidade de
prorrogação da CPMF, enquanto
a reforma não vem, e Gomes de
Almeida diz que ela será "inevitável". "O governo terá que manter
a CPMF durante o período de
ajuste [após a reforma]", que ele
calcula em pelo menos dois anos.
O presidente da CNI (Confederação Nacional das Indústrias),
deputado Armando Monteiro
(PMDB-PE), diz não concordar
com o adiamento da tributária.
Mas defende que ela possa ser feita "avançando em questões pontuais". "Não precisa ser feita a um
só golpe. Se tivermos sorte, é possível completá-la em dois ou três
anos."
(RAFAEL CARIELLO)
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