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São Paulo, terça-feira, 21 de janeiro de 2003

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Empresários querem prioridade igual para reforma tributária e Previdência

DA REPORTAGEM LOCAL

Representantes do empresariado defendem que a reforma tributária seja tratada com a mesma prioridade que o governo vem dando à previdenciária, e que seja votada ainda este ano.
Horacio Lafer Piva, da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e Júlio Sérgio Gomes de Almeida, do Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial), afirmam que ambas as reformas são complementares.
Com a necessidade de equilibrar o caixa do Tesouro Nacional, a reforma tributária perdeu lugar na lista de prioridades do novo governo para as mudanças no sistema de Previdência, que apresenta déficit.
Piva e Gomes de Almeida afirmam acreditar na votação ainda em 2003, sob o argumento de que o diagnóstico e as mudanças necessárias para conseguir uma carga tributária "que privilegie a competitividade da indústria brasileira" são mais consensuais que os arranjos necessários para mudar o sistema previdenciário.
Sem a reforma tributária, diz Gomes de Almeida, o Brasil não estará em condições de aderir à Alca (Área de Livre Comércio das Américas), que implica em abertura da economia do país e competição com outras indústrias.
O diretor-executivo do Iedi diz que a reforma é necessária para corrigir práticas danosas à competitividade da indústria brasileira, como, ele cita, os impostos sobre exportações e investimentos internos. "[No Brasil] você compra uma máquina e paga impostos sobre ela e o que ela produz."
Piva diz que "é preciso acreditar que um sistema racional acrescenta receita [para o governo", não tira". O fato de o sistema tributário brasileiro, como está, já garantir boa receita seria um dos motivos pelos quais o governo não se empenharia na reforma.
Ambos afirmam que deixá-la para o segundo ano de governo pode impossibilitá-la. "É um filme que já assistimos antes", diz Piva se referindo ao governo anterior. "No final nós morremos."
Piva critica a possibilidade de prorrogação da CPMF, enquanto a reforma não vem, e Gomes de Almeida diz que ela será "inevitável". "O governo terá que manter a CPMF durante o período de ajuste [após a reforma]", que ele calcula em pelo menos dois anos.
O presidente da CNI (Confederação Nacional das Indústrias), deputado Armando Monteiro (PMDB-PE), diz não concordar com o adiamento da tributária. Mas defende que ela possa ser feita "avançando em questões pontuais". "Não precisa ser feita a um só golpe. Se tivermos sorte, é possível completá-la em dois ou três anos." (RAFAEL CARIELLO)


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