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Possíveis candidatos ao governo de SP têm verbas milionárias
Secretaria de Alckmin terá R$ 363 milhões para investir em em obras e projetos, já a de Aloysio Nunes, R$ 639 milhões
Recursos devem ser usados no interior do Estado; Serra rejeita as críticas de que orçamento das pastas seja um instrumento político
CATIA SEABRA
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL
Apontados como potenciais
candidatos ao governo de São
Paulo, o recém-anunciado secretário de Desenvolvimento,
Geraldo Alckmin, e o chefe da
Casa Civil, Aloysio Nunes Ferreira, contarão, no ano que
vem, com cifras milionárias
destinadas a obras e projetos
no interior do Estado.
Além da agência de fomento
- com um aporte de R$ 1 bilhão
a cargo da Fazenda e do Desenvolvimento- Alckmin terá à
disposição R$ 363 milhões para
investimentos, incluída aí a
inauguração de escolas e faculdades de ensino técnico.
Já Nunes Ferreira terá sob
sua responsabilidade gastos
que podem somar R$ 639 milhões em obras pelo Estado.
Apesar de um modesto orçamento próprio, de apenas
R$ 189,5 milhões, o chefe da
Casa Civil é o avalista da assinatura de convênios com prefeituras num total de R$ 357 milhões. Reservado dentro do
programa "Articulação municipal e consórcios de municípios", esse dinheiro é liberado
pela Secretaria do Planejamento por orientação da Casa Civil.
Além disso, as emendas -
uma cota de R$ 3 milhões por
deputado, num total de R$ 282
milhões- são atendidas segundo orientação de Nunes Ferreira. É a Casa Civil que autoriza
as secretarias a pagar.
Foi Nunes Ferreira, por
exemplo, quem negociou com o
PT a liberação de R$ 40 milhões para as prefeituras comandadas pelo partido.
Esse poder político é encarado por aliados de Nunes Ferreira como um trunfo sobre Alckmin. O diálogo com diferentes
partidos consolidaria a imagem
de articulador político conferida ao chefe da Casa Civil.
Como esse recurso está livre
dos carimbos para Saúde e
Educação, o governo pode escolher os beneficiários do dinheiro. Serra reage à ideia de
que esse seja um instrumento
político: "Nós não governamos
seguindo a cor partidária".
Popular no interior, Alckmin
viajará pelo Estado nas inaugurações de Fatecs e Etecs. Só para a expansão de matrículas no
ensino público técnico, terá
R$ 258,4 milhões. Para o ensino público tecnológico, outros
R$ 41,1 milhões.
"Vocês sabem que, para mim,
o desenvolvimento é uma área
chave. Contar com Alckmin é
uma aquisição", disse Serra.
Apesar de todos os sinais de
pacificação, o balanço do vice-governador Alberto Goldman
contém uma alfinetada no governo passado, comandado por
Alckmin.
"Logo no ato de sua posse, em
1º de janeiro de 2007, o governador José Serra mudou a antiga Secretaria de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento
Econômico, criando a nova Secretaria de Desenvolvimento.
As mudanças não ficaram apenas no nome, o órgão passou a
ter um foco mais contemporâneo sobre a missão do governo
do Estado no que se refere à
competitividade da economia
paulista", diz o documento entregue a Alckmin.
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