São Paulo, quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

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Possíveis candidatos ao governo de SP têm verbas milionárias

Secretaria de Alckmin terá R$ 363 milhões para investir em em obras e projetos, já a de Aloysio Nunes, R$ 639 milhões

Recursos devem ser usados no interior do Estado; Serra rejeita as críticas de que orçamento das pastas seja um instrumento político


CATIA SEABRA
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL

Apontados como potenciais candidatos ao governo de São Paulo, o recém-anunciado secretário de Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, e o chefe da Casa Civil, Aloysio Nunes Ferreira, contarão, no ano que vem, com cifras milionárias destinadas a obras e projetos no interior do Estado.
Além da agência de fomento - com um aporte de R$ 1 bilhão a cargo da Fazenda e do Desenvolvimento- Alckmin terá à disposição R$ 363 milhões para investimentos, incluída aí a inauguração de escolas e faculdades de ensino técnico.
Já Nunes Ferreira terá sob sua responsabilidade gastos que podem somar R$ 639 milhões em obras pelo Estado.
Apesar de um modesto orçamento próprio, de apenas R$ 189,5 milhões, o chefe da Casa Civil é o avalista da assinatura de convênios com prefeituras num total de R$ 357 milhões. Reservado dentro do programa "Articulação municipal e consórcios de municípios", esse dinheiro é liberado pela Secretaria do Planejamento por orientação da Casa Civil.
Além disso, as emendas - uma cota de R$ 3 milhões por deputado, num total de R$ 282 milhões- são atendidas segundo orientação de Nunes Ferreira. É a Casa Civil que autoriza as secretarias a pagar.
Foi Nunes Ferreira, por exemplo, quem negociou com o PT a liberação de R$ 40 milhões para as prefeituras comandadas pelo partido.
Esse poder político é encarado por aliados de Nunes Ferreira como um trunfo sobre Alckmin. O diálogo com diferentes partidos consolidaria a imagem de articulador político conferida ao chefe da Casa Civil.
Como esse recurso está livre dos carimbos para Saúde e Educação, o governo pode escolher os beneficiários do dinheiro. Serra reage à ideia de que esse seja um instrumento político: "Nós não governamos seguindo a cor partidária".
Popular no interior, Alckmin viajará pelo Estado nas inaugurações de Fatecs e Etecs. Só para a expansão de matrículas no ensino público técnico, terá R$ 258,4 milhões. Para o ensino público tecnológico, outros R$ 41,1 milhões.
"Vocês sabem que, para mim, o desenvolvimento é uma área chave. Contar com Alckmin é uma aquisição", disse Serra.
Apesar de todos os sinais de pacificação, o balanço do vice-governador Alberto Goldman contém uma alfinetada no governo passado, comandado por Alckmin.
"Logo no ato de sua posse, em 1º de janeiro de 2007, o governador José Serra mudou a antiga Secretaria de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico, criando a nova Secretaria de Desenvolvimento. As mudanças não ficaram apenas no nome, o órgão passou a ter um foco mais contemporâneo sobre a missão do governo do Estado no que se refere à competitividade da economia paulista", diz o documento entregue a Alckmin.


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