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Democracia requer juiz independente, diz associação
Em nota, presidente da Ajufe reage a tentativa de "desqualificar" magistrados
Texto comenta suspensão, pelo STJ, das operações da PF Satiagraha e Castelo de Areia, sob responsabilidade do juiz Fausto De Sanctis
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente da Ajufe (Associação dos Juízes Federais do
Brasil), Fernando Cesar Baptista de Mattos, defendeu, por
meio de nota, a independência
funcional dos juízes de primeira instância e afirmou repelir
com veemência qualquer tentativa de desqualificar ou desmoralizar magistrados.
"A Ajufe, a propósito das recentes manifestações divulgadas na imprensa acerca das decisões do Superior Tribunal de
Justiça que suspenderam as
ações penais abertas em decorrência das chamadas operações
Satiagraha e Castelo de Areia,
vem a público, uma vez mais,
defender a independência dos
magistrados e salientar que a
reforma de decisões deve ser
vista pela sociedade como fato
normal no Estado democrático
de Direito", informou o presidente da entidade.
As duas grandes operações, a
Satiagraha (que investiga o
banqueiro Daniel Dantas) e a
Castelo de Areia (cujo foco é a
construtora Camargo Corrêa),
sob responsabilidade do juiz
Fausto De Sanctis, da 6ª Vara
Criminal de São Paulo, foram
suspensas provisoriamente por
ordem do STJ, que atendeu a
um pedido das respectivas defesas. No primeiro caso, discute-se eventual suspeição do
magistrado. No segundo, suposta ilegalidade das provas.
"O que não se pode aceitar é a
tentativa, cada vez mais reiterada, de, a partir da reforma de
uma decisão judicial, pretender-se desqualificar o magistrado que a proferiu. Isso deve
ser repelido com veemência. A
independência dos juízes, seja
qual for a instância que integrem, é essencial para a democracia. Atacar magistrado pela
decisão que proferiu é atacar a
democracia", disse Mattos.
Para ele, a discussão deve ser
vista com tranquilidade, pois
faz parte da rotina da Justiça.
"A independência funcional da
magistratura é uma garantia
fundamental do Estado democrático de Direito e da cidadania. A possibilidade de recorrer
das decisões judiciais também
integra o mesmo rol de garantias fundamentais", informou.
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