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Após 7 anos, ministério cobra dívida de senador
Roberto Cavalcanti (PRB) assumiu vaga esta semana
HUDSON CORRÊA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
FERNANDO BARROS DE MELLO
DA REPORTAGEM LOCAL
A Companhia Sulamericana
de Brinquedos, do senador Roberto Cavalcanti Ribeiro (PRB-PB), terá que devolver à União
R$ 15.322.456,02, valor corrigido pelo IPCA (Índice de Preços
ao Consumidor Amplo).
Ribeiro assumiu a vaga de José Maranhão (PMDB) no Senado, após o colega ser empossado governador da Paraíba, com
a cassação de Cássio Cunha Lima (PSDB).
A informação é de Vitorino
Luís Domenech, diretor do Ministério da Integração Nacional, responsável pelo processo
administrativo para apurar se a
empresa desviou ou não dinheiro do financiamento de
R$ 66,2 milhões (valor corrigido) tomado em 1991. O dinheiro seria para construir uma fábrica. A investigação ocorre,
pelo menos, desde 2002.
Até o ano de 2000, tinham sido liberados R$ 15,3 milhões do
financiamento. A origem dos
recursos, como a Folha revelou
ontem, é um fundo da Sudene
(Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste).
Com o dinheiro liberado, a
empresa do senador construiu
três galpões com área de 27,8
mil metros quadrados e alugou
em 2005, por R$ 30 mil mensais, a estrutura ao Carrefour,
que instalou no local um centro
de distribuição de mercadorias.
A Sulamericana declara no
contrato desconhecer a existência de ações judiciais ou
processos administrativos. A
assessoria do Carrefour afirmou "que a empresa está apurando o relatado".
O senador responde também
a duas ações penais na Justiça.
Em uma delas, o Ministério
Público Federal o acusa de ter
reduzido ilegalmente o débito
tributário de sua outra empresa, a Polyutil, de R$ 4,4 milhões
para R$ 38,7 mil. A Sulamericana funciona no mesmo endereço da Polyutil. O senador nega.
O diretor do ministério disse
que não está constatado se
houve ou não desvio de recursos. Está comprovado, porém,
que o projeto da fábrica foi
abandonado, diz Domenech.
Com isso, a empresa não poderá receber mais recursos públicos mesmo se quiser retomar a construção, como propõe. Se não devolver o dinheiro, diz o ministério, a empresa
deverá ser cobrada na Justiça.
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