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Dilma é candidata de consenso, diz Lula
Presidente afirma que escolha da ministra não é ideia apenas sua e que conduzi-la ao Planalto é sua "prioridade" em 2010
Segundo Lula, críticas da
oposição à pré-candidata
são virtudes dela: "Vão dizer
que a Dilma é estatizante.
Isso não é ruim. Isso é bom"
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DAS ENVIADAS A BRASÍLIA
Ao lançar a ministra Dilma
Rousseff (Casa Civil) pré-candidata oficial do PT ao Palácio
do Planalto, o presidente Lula
buscou minimizar a ideia de
que a candidatura é uma criação dele próprio e transformar
as críticas a ela em virtudes. Em
repetidas frases, afirmou: "Dilma não é candidata do Lula, ou
do PT. É muito mais".
"A Dilma é candidata e representa, nesta eleição, não a vontade do seu presidente e do seu
partido, mas a vontade dos partidos aliados que ajudaram a
construir o governo que mais
investiu em política social na
história deste país."
Antecipando-se à campanha,
Lula disse que os opositores
atacarão Dilma por sua defesa
de um Estado forte e por ter sido presa política. "Vão dizer
que a Dilma é estatizante. Isso
não é ruim não. Isso é bom. Se
prepare, Dilma."
Ele acrescentou que não se
trata de estatizar "bar, boteco,
borracharia, pizzaria, cervejaria", mas que um eventual governo Dilma não terá medo de
tomar decisões e estatizar setores estratégicos que não estiverem "funcionando". "O Estado
tem que ser o grande indutor
[de investimentos]."
Aos cerca de 1.300 delegados
do 4º Congresso Nacional petista afirmou, ainda, que a eleição de Dilma é sua prioridade:
"Bom governo é aquele que elege o seu sucessor. Eleger a Dilma não é uma coisa secundária
para o presidente da República
(...) É uma coisa prioritária para
mim", disse, em referência indireta ao tucano Fernando
Henrique Cardoso, que em
2002 não fez José Serra
(PSDB) seu sucessor.
Sobre a sua suposta volta em
2014, descartou-a mais uma
vez e fez ainda a defesa da eleição e reeleição de Dilma. Lula
disse que o ex-ministro Tarso
Genro (Justiça) foi mal interpretado ao dizer que Dilma foi a
escolhida devido a um vazio no
PT após o mensalão: "A Dilma é
candidata do mais importante
partido de esquerda da América Latina e do mundo".
O discurso improvisado de
45 minutos teve como alvo as
mulheres que, segundo Lula,
ainda são vítimas de preconceito: "Mulherada do meu querido
Brasil, essa é uma oportunidade ímpar de vocês irem à luta
para fazer valer o interesse de
vocês (...) É um momento extraordinário para que se deem
as mãos e saiam à luta para ganhar as eleições".
Em referência à biografia da
ministra -tratada como "Dilminha", "moça" e "menina"-,
Lula afirmou que ela botou em
risco a própria vida para defender a democracia. Disse, ainda,
que "a mulher Dilma" é "rigorosa", sua melhor qualidade.
Mensalão
Além de destacar a eficácia
gerencial da ministra e sua obsessão por estudos e leituras,
Lula relembrou a crise política
do mensalão para enaltecer a
"lealdade política" de Dilma.
"A Dilma, no auge da crise de
2005, que foi uma tentativa de
dar um golpe no governo, em
nenhum momento deixou de
demonstrar o compromisso de
classe dela, de que lado que estava, e a lealdade extraordinária dela em defender as coisas
que o governo fazia."
Lula criticou a omissão de
políticos que desaparecem em
momentos de turbulência, para
enaltecer a ministra. "Dilma,
nos momentos difíceis, não faz
que nem tartaruga: ela não esconde o pescoço."
Durante sua fala, o presidente anunciou a presença do ex-ministro José Dirceu, efusivamente aplaudido.
Antes dos discursos, foi exibido um vídeo no qual a ministra aparece com destaque, ao
lado do presidente, numa narrativa sobre a história dos 30
anos do PT.
(ANA FLOR, EDUARDO SCOLESE, MALU DELGADO, RANIER BRAGON E VALDO CRUZ)
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