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ELEIÇÕES 2006/PRESIDÊNCIA
Tucano quer construir palanques fortes no três maiores colégios eleitorais do país para poder se dedicar ao Norte e ao Nordeste
Alckmin quer candidatura de Maia no Rio
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, viaja na sexta-feira para o Rio de Janeiro disposto a
convencer o prefeito Cesar Maia
(PFL) a concorrer ao Palácio Guanabara. Alckmin quer construir
palanques sólidos nos três maiores colégios eleitorais do país: São
Paulo, Minas Gerais e Rio.
Por isso ele tem estimulado a
candidatura de José Serra em São
Paulo e a de Cesar Maia no Rio.
"Nosso candidato no Rio é o Cesar Maia. Vamos apoiá-lo caso ele
concorra", torce o líder do governo na Assembléia Legislativa de
São Paulo, Edson Aparecido.
O governador manifestou seu
interesse ao presidente nacional
do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), durante almoço no domingo. Afirmando que Maia
nunca admitira a idéia, Bornhausen disse a Alckmin que não poderia responder em nome do prefeito. "Os dois [Maia e Alckmin] é
que devem discutir isso, ainda
nesta semana", diz Bornhausen.
Líder do PFL na Câmara e filho
do prefeito, Rodrigo Maia (RJ)
lembra, porém, que o PSDB e o
PFL romperam no Rio. Segundo
ele, Maia não conta com o apoio
do tucanato no Estado e por isso
não confia no PSDB fluminense a
ponto de entregar-lhe o cargo
(seu vice é o tucano Otávio Leite):
"Alckmin perguntou a Bornhausen se o prefeito quer ser candidato ao governo. Bornhausen disse
que não poderia responder. Mas
eu posso: ele não é candidato".
Apesar da resistência, cresce no
PFL a pressão para que Maia dispute o governo do Rio a exemplo
do "sacrifício" imposto a Serra.
Ontem, ao participar de um seminário promovido pelo PFL, Alckmin elogiou Maia pela defesa da
reprodução, no Brasil, da "Concertación", a aliança que elegeu a
presidente do Chile, Michelle Bachelet. "Gostei muito do pronunciamento do prefeito do Rio, Cesar Maia quando colocou o exemplo da Concertación chilena. Temos que estar unidos para servir
num grande projeto de desenvolvimento nacional." Minutos antes, Rodrigo foi conduzido por
Bornhausen até Alckmin para
que marcassem a visita do tucano
ao Rio. Será na sexta, um dia após
o encontro no qual Maia deverá
dizer a Bornhausen que não disputará a Presidência.
Para convencer Maia, Alckmin
terá que dar garantias do apoio do
PSDB do Estado. Fracassada a negociação, contará com frágil palanque no Rio, com candidaturas
com cerca de 2% de intenção de
voto. O cenário será o mesmo caso Serra resista à pressão para disputar o governo de São Paulo.
No domingo, Bornhausen avisou a Alckmin que, sem a candidatura de Serra, o PFL deverá lançar o empresário Guilherme Afif
Domingos. "Se o Serra não for
candidato, lançaremos Afif. Esse é
o caminho natural", afirma Bornhausen. Segundo Rodrigo Maia,
sem Serra "todos têm na casa de
2%, o que certamente deve gerar
maior preocupação" de Alckmin.
Segundo pefelistas, com palanques consolidados nos três principais Estados do país, Alckmin poderá investir no Norte e no Nordeste. Para o senador Antonio
Carlos Magalhães (PFL-BA),
"nunca esteve tão fácil fechar uma
aliança". Já Bornhausen diz que
"a meta maior é tirar os que estão
no governo e não honraram o
compromisso com o povo brasileiro": "Nosso caminho será
aquele que vier a proporcionar de
forma mais rápida e conclusiva
essa decisão de mudança".
Os pefelistas, porém, querem
que Alckmin assuma a costura de
alianças nos Estados, dando
apoio aos candidatos do PFL com
chances reais de vitória. "Não vamos fazer imposições. Mas, sem
um bom ajuste nos Estados,
quem é prejudicado é o candidato
à Presidência da República", avisou Bornhausen.
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