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Chinaglia reabre discussão de aumento e inclui governo
Presidente da Câmara cobra de siglas uma posição sobre reajustes no Congresso
Petista afirma ainda que discutirá com o Planalto revisão nos vencimentos do
presidente da República e dos ministros de Estado
RANIER BRAGON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), solicitou ontem aos líderes partidários a posição de suas bancadas
sobre o aumento de salários e
verbas no Congresso e afirmou
que discutirá com o Palácio do
Planalto reajuste nos salários
do presidente e dos ministros.
O pedido, feito em reunião
fechada, é mais um passo na retomada da discussão sobre reajustes nos contracheques e nas
verbas dos congressistas. O tema havia sido escanteado no final de 2006 após a frustrada
tentativa de elevar em 91% o
subsídio de parlamentares.
Já a manifestação de Chinaglia sobre o salário do presidente e dos ministros guarda relação de apenas quatro dias com
o discurso em que Luiz Inácio
Lula da Silva reclamou dos salários de seus ministros, dizendo que alguns são "heróis" por
aceitar ganhar R$ 8.362,80.
"Se se comparar o salário do
presidente da República com o
dos parlamentares [R$ 12.847]
e o dos ministros do Supremo
Tribunal [R$ 24.500], acho que
o presidente da República ganha pouco", afirmou Chinaglia.
"Vamos falar com o Executivo para tratar desse tema, mas
não há posição a priori", disse.
Pela Constituição, o salário
do presidente da República e
dos ministros é definido pelo
Congresso, por meio de decreto
legislativo votado na Câmara e
no Senado.
Ao solicitar a manifestação
dos líderes partidários sobre os
reajustes, Chinaglia pretende
repartir com eles o possível
desgaste das medidas.
De acordo com deputados
presentes à reunião, o presidente da Câmara afirmou que
pretende fazer tudo "às claras",
com votação no plenário.
A princípio, será discutido
aumento para dois itens: os salários, hoje em R$ 12.847, e a
verba para contratação de assessores (verba de gabinete),
hoje em R$ 50,8 mil ao mês.
A cota para compra de passagens aéreas já foi elevada em
2,6% na última sexta-feira, acumulando um reajuste de
185,8% desde junho de 2000
-a inflação, no mesmo período, foi de 63,8% (IPCA).
Sobre salários, há quase consenso entre os líderes de que o
valor deve ser reajustado com
base na inflação dos últimos
quatro anos. Caso seja usado o
IPCA, o reajuste seria de 26,1%
(de fevereiro de 2003 a janeiro
deste ano), elevando os salários
de R$ 12.847 para R$ 16.200.
Na reunião com Chinaglia, os
líderes de dois dos principais
partidos da Câmara, Luiz Sérgio (PT-RJ) e Onyx Lorenzoni
(PFL-RS), manifestaram apoio
ao reajuste do salário pela inflação. "É a única coisa em que
PFL e PT concordam", ironizou um dos presentes.
Já sobre a verba de gabinete,
o maior defensor do reajuste é
o segundo-secretário da Mesa,
deputado Ciro Nogueira (PP-PI), que quer elevá-la em 28,1%
(de R$ 50,8 mil mensais para
R$ 65,1 mil). Isso significaria
reajuste acumulado nos últimos dez anos de 225%. A inflação no período foi de 91%.
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