São Paulo, quarta-feira, 21 de março de 2007

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Toda Mídia

Nelson de Sá

O que é isso?

Em dia de "bate-boca", em que a Câmara voltou a ser, nos canais de notícias, no dizer da Band News, "palco para ofensas e algazarras", com "integrantes da oposição aos berros" e ACM Neto na vanguarda, surge Fernando Gabeira como a paz em pessoa. Em destaque no UOL, com vídeo, defendeu comissão especial, não CPI, ao menos até o Supremo decidir. Assim, "o caos aéreo não deixaria de ser investigado", mas sem "ficarmos paralisados por dez dias". Em seu blog, detalhou que sua "idéia central são os usuários" e lamentou o "apagão na nossa capacidade de negociar".
A oposição "recusou a oferta". Em tempo, Gabeira não deve participar da CPI, se ela vingar, por estar "envolvido em outros projetos".

Alexander Miridonov - kommersant.com
Em site russo, dólar com a imagem de Berezovsky

"FROM RUSSIA, WITH CASH"
"Da Rússia, com dinheiro" foi o título no blog Energy Roundup, do "Wall Street Journal", ao postar sobre o suposto interesse do bilionário Boris Berezovsky em investir US$ 2 bilhões em etanol no Brasil. Além de um lucro eventual, o crítico do governo russo, que hoje vive no Reino Unido, estaria atrás de uma "anistia política" a ser bancada pelo Brasil junto ao presidente Vladimir Putin. Mas o governo brasileiro não estaria disposto a tanto para ajudar o "suposto financiador da MSI, dona de um dos mais populares times do Brasil, o Corinthians" -e, para piorar as coisas, desde janeiro está em ação um acordo de extradição entre os dois países. O blog linka o site russo Kommersant, que detalha um encontro do bilionário com "alta autoridade brasileira" em Londres.

PENNY, O TRAFICANTE
Na ironia do "Socialist Worker", nas próximas semanas não se vai abrir site inglês sem ler sobre os 200 anos da abolição da escravidão -e do tráfico- pela Grã-Bretanha.
Já está assim há dias, na verdade, e vai dos ingleses ao "New York Times" -com histórias como a de que o cidadão que deu nome a "Penny Lane", a rua da canção em Liverpool, era um dos maiores traficantes de escravos entre África e América, Brasil inclusive. E às agências, como a Reuters, que despachou de Gana sobre os afrodescendentes que retornam, mas como turistas.

EUROPA E OS BRICS
Outra efeméride européia vem avançando sobre capas de revista, como na última "Economist", e sobre editoriais, como no "Financial Times" de ontem. O texto do "FT" sobre o cinqüentenário da União Européia é, antes de mais nada, um aviso de que a maior economia mundial de hoje deve buscar maior produtividade, melhor educação e completar a unificação como mercado -e até monetária. Até porque China e Índia "certamente ultrapassarão as economias européias" nas próximas décadas, assim como "Brasil e Rússia logo depois". De novo, os Brics.

Lori Waselchuk - nytimes.com
ANGOLA LÁ
"A queridinha [darling] da indústria mundial do petróleo" é como o "New York Times" se refere a Angola (acima), que chegou à Opep e já é disputada por China, EUA, Exxon e Chevron.
Não, nada se falou sobre o Brasil e a Petrobras

Robert Risko - newyorker.com
Para a "New Yorker", "um cantor de graça paralisante"

GIL & CAETANO

Gilberto Gil, em turnê, é seguido por textos como o do "Washington Post", ontem, que saúdam sua política e arte, esta "um raio". Na cobertura, sobram louvores ao tropicalismo e menções ao exílio nos anos 60, tanto para o agora ministro como para Caetano Veloso, que poucas semanas atrás era descrito na "New Yorker", por exemplo, como "um rebelde idealista" [high-minded].

CONFUSÃO CONCEITUAL
A "confusão conceitual sobre TV estatal ou pública", como se houvesse a segunda no Brasil, "pode prejudicar o fórum de TVs públicas" em algumas semanas em Brasília, noticia o site Tela Viva. É a opinião do Ministério da Cultura, que dá apoio ao encontro _e aparentemente não gostou da recente concorrência do Ministério das Comunicações.

A ÚLTIMA DA WEB 2.0
Para quem gosta, "não se fala de outra coisa em alguns blogs gringos", notou o blog de mídia de Tiago Dória, no iG. É o Twitter, rede social em que o internauta posta "sobre o que está fazendo no exato momento". São mensagens breves, com grande rapidez para postagem. Já estudam as possibilidades comerciais, mas também já se amontoam críticas.

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@ - Nelson de Sá


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