São Paulo, sexta-feira, 21 de março de 2008

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

"Pode avisar"

De Lula, a dois anos e meio de sua sucessão: ""Pode avisar a oposição: o meu candidato vai ganhar a eleição". A frase foi dita à jornalista Maria Lydia, da TV Gazeta de São Paulo, em entrevista que será exibida neste domingo de Páscoa, a partir das 23h45, em edição especial do programa "Em Questão".
O desafio ao campo que hoje lidera as pesquisas para 2010 veio logo depois de o presidente, mais uma vez, afastar a hipótese de disputar um terceiro mandato, tema que o deputado-amigo Devanir Ribeiro (PT-SP) ciclicamente introduz na pauta. ""Eu não acho que seria democrático mudar a lei para permitir o terceiro mandato", respondeu Lula.

PAC do Sorriso 1. Encerrada a cerimônia em que o governo concedeu o uso de águas públicas para pescadores de Foz do Iguaçu, Lula entabulou conversa com um dos beneficiados, um índio de nome Henrique. Notou que lhe faltavam vários dentes e recomendou tratamento.

PAC do Sorriso 2. Diante da expressão do índio, como a dizer que não tinha dinheiro, Lula insistiu: ele deveria procurar a rede pública e fazer o tratamento. Depois, chamou o presidente de Itaipu, Jorge Samek, e lhe pediu que instruísse o prefeito de São Miguel do Iguaçu a encaminhar pessoalmente o caso.

Mico. Integrantes da comitiva de Lula, Dilma Rousseff (Casa Civil), Paulo Bernardo (Planejamento) e Márcio Fortes (Cidades) circularam por Foz do Iguaçu constrangidos. A van que transportou os ministros pertencia a uma empresa chamada Tucano's Tur.

Condição. Em sua passagem por Belo Horizonte, Ciro Gomes avisou ao governador Aécio Neves e ao prefeito Fernando Pimentel: só endossa a aliança tucano-petista se o candidato for seu ex-assessor Márcio Lacerda (PSB), hoje secretário estadual de Desenvolvimento Econômico.

Escravos de Jó. Lacerda é o nome defendido por Aécio e Pimentel, mas os ministros petistas Patrus Ananias e Luiz Dulci tentam substituí-lo pela também pessebista Ana Lúcia Gazolla, ex-reitora da UFMG.

Deu pra ti. Geraldo Alckmin viaja para o Rio Grande do Sul no domingo. Vai recarregar as baterias no Estado que lhe deu votação expressiva contra Lula em 2006. Ontem, ele visitou o presidente do PSDB paulistano, José Henrique Reis Lobo, que se recupera de crise de estresse no Hospital Sírio Libanês.

Voz das ruas. As manifestações que o grupo pró-Alckmin do PSDB está organizando para o dia 27 têm como objetivo neutralizar o discurso de que o ex-governador se empenha para ser candidato a prefeito apenas por interesse próprio. A idéia é mobilizar a base do partido na capital.

Por fora. Emissários do DEM planejam entrar com tudo na disputa que tucanos e petistas travam para ter Orestes Quércia em uma chapa para a disputa pela prefeitura paulistana. Uma das propostas é oferecer ao PMDB espaços na reta final da administração de Gilberto Kassab a Alda Marco Antonio.

Ver para crer. O "dia D" para medir o apetite da oposição pela CPI dos Cartões será a próxima quarta-feira. Na votação dos primeiros requerimentos ficará claro se haverá algum empenho de tucanos e "demos" para ter acesso às informações sigilosas da Presidência, as únicas que podem produzir algum calor.

Mistério. Uma das maiores dificuldades da CPI das ONGs é obter da Petrobras a lista de entidades que têm convênios com a estatal. O requerimento permanece sem resposta desde o ano passado. O ministro Edison Lobão (Minas e Energia) foi acionado para ajudar a pressionar a empresa para que forneça a informação.

Tiroteio

"O que é bom para o José Dirceu é muito ruim para o Brasil."


Do deputado federal ANTONIO CARLOS MENDES THAME, presidente do PSDB paulista, sobre a frase do ex-ministro José Dirceu de que "o que é ruim para o Serra, é bom para nós", dita em sua festa de aniversário em Brasília, na última terça-feira.

Contraponto

Pura matéria

Em recente visita à Câmara para discutir a crise em torno do alegado excesso de medidas provisórias, o ministro Gilmar Mendes, que em breve assumirá a presidência do Supremo Tribunal Federal, apontava a falta de fidelidade das bases parlamentares para com o Executivo como um dos fatores que estimulam a edição de MPs:
-Muitas vezes, o apoio da base aliada ao governo é meio espiritual-, filosofou Mendes.
Ao ouvir o diagnóstico do ministro, Humberto Souto (PPS-MG) achou por bem discordar:
-Não, eu diria que muitas vezes é o oposto: trata-se de um apoio excessivamente material...


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