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Senado manda parar obra de cela e divulga nomes dos 50 diretores que perderam cargo
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O primeiro-secretário do Senado, Heráclito Fortes (DEM-PI), anunciou ontem que mandou cancelar a construção de
uma cela na nova sede da Polícia Legislativa da Casa. Ele disse que vai procurar o diretor do
setor, Pedro Ricardo Araújo,
para discutir a necessidade da
"sala de custódia" para abrigar
pessoas acusadas de crimes cometidos dentro do Senado.
A construção da cela foi revelada pela Folha ontem. Com
grades e portão, ela terá 8,97 m2
e um banco de cimento. A obra
faz parte das reformas na infraestrutura usada pela Polícia
Legislativa. Orçada em R$
569.445, a área a ser modernizada é de 645 m2 e contará com
salas de reuniões e gabinetes.
A autorização da obra foi dada no ano passado pelo então
primeiro-secretário Efraim
Morais (DEM-PB). "A obra foi
decidida anteriormente, pela
outra Mesa Diretora. Vou suspender para avaliar. Poderá ser
temporário ou definitivo", afirmou o senador, que até o fim da
tarde de ontem não havia conversado nem com o diretor da
polícia nem com o diretor de
Engenharia do Senado.
No começo de sua gestão, o
presidente do Senado, José
Sarney (PMDB-AP), anunciou
o corte de 10% no orçamento
de custeio e investimento da
Casa. Ele também mandou suspender os projetos de novas
obras no Senado. Projetos que
já estavam em andamento, porém, não foram paralisados.
Corte de diretorias
Heráclito também anunciou
ontem o fim de 50 dos 181 cargos de diretores. A lista foi elaborada pelo diretor-geral da
Casa, José Alexandre Gazineo,
que afirmou que a ideia é reduzir para dez as diretorias, as demais terão o status rebaixado.
Para a Casa, só 42 das 181 são
diretorias "de verdade". Esses
afastamentos vão gerar economia de R$ 400 mil por mês.
O corte priorizou servidores
de carreira em detrimento aos
comissionados (indicados) e
que perderiam o emprego no
caso de extinção das diretorias.
Na lista de cortes distribuída
pela Direção Geral, a Folha
identificou apenas um comissionado, Claudia Dias Costa
França, que ocupava a Coordenação de Comunicação Institucional e havia sido indicada pelo senador Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN). A assessora
de imprensa da senadora Roseana Sarney (PMDB-AP), que
ocupa diretoria na área de comunicação, foi mantida.
Entre os diretores que perderam o cargo estão o de "garagem" e o de "check-in". As diretorias foram criadas pelo senador José Sarney (PMDB-AP)
no seu segundo ano de mandato como presidente da Casa.
Sarney criou ao menos 58 das
181 diretorias. Com a decisão,
os 50 servidores perdem um
adicional que chega a R$ 2.229.
Rádio
O jornalista Ricardo Noblat,
colunista do jornal "O Globo" e
autor de um blog de política,
tem um contrato anual de R$
40,3 mil com o Senado para a
produção e apresentação de um
programa semanal de jazz para
a Rádio Senado. Seu nome aparece no site do Senado como
"Ricardo José Delgado".
O jornalista afirma não ver
conflito de interesse, dizendo
que o programa de rádio existe
desde 1999 e que nos últimos
nove anos foi bancado por ele,
ao custo de R$ 1.200 mensais,
sem receber do Senado. "Quem
lê meu blog e minha coluna sabe minha posição dura em relação ao Senado", afirmou ele,
que diz ter 8.000 CDs de jazz.
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