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Controlado, Serra cai no "sincerocídio"
DA REPORTAGEM LOCAL
O governador de São
Paulo e potencial candidato do PSDB à Presidência,
José Serra, deu provas de
sua intempestividade na
sexta-feira, ao assumir publicamente a candidatura
numa entrevista sem prévio planejamento com a
equipe de comunicação.
Embora se orgulhe de
seus "nervos de aço", Serra
é capaz de atos de "sincerocídio" -expressão que
ele mesmo usa-, como o
de falar para um banqueiro que os nós da economia
não são os entraves ambientais, mas as taxas de
juros aplicadas no país.
Para desespero de seus
colaboradores, Serra costuma tomar suas decisões
em cima da hora, seja um
destino geográfico ou político. O valor do salário mínimo de SP foi definido na
noite anterior ao anúncio.
Em 2006, por exemplo,
ameaçou desistir da disputa ao governo na antessala
do auditório então reservado para o anúncio.
Obstinado, Serra persiste numa tese ainda que em
oposição a seus aliados.
Foi assim com anúncio da
candidatura apenas às vésperas da renúncia.
Na dúvida, hesita. Há
dias, voltou atrás e desautorizou o aluguel de uma
casa para a pré-campanha.
Apesar da fama de centralizador, Serra delega
funções e consulta os auxiliares sobre assuntos até
comezinhos. A data ideal
para o lançamento da candidatura -se numa sexta
ou num sábado- consumiu horas de discussão.
Controlador, não gosta,
por exemplo, de ser surpreendido por notícias
que fujam ao programado,
a ponto de ter imposto silêncio aos colaboradores
mais loquazes.
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