São Paulo, sexta-feira, 21 de abril de 2000


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PAINEL

Pimenta de anfitrião

ACM considera infundados os receios do Planalto com a comemoração dos 500 anos em Porto Seguro (BA). Diz que o alarmismo do governo gerou o clima de tensão. "Se tudo tivesse sido entregue ao governo da Bahia, nada disso aconteceria."

Tempero tucano

Comentário que circulou ontem nos corredores do Planalto: "ACM está valorizando seu encontro com FHC. O presidente não está dando muita importância à conversa que terão". Ao contrário do baiano.

Silêncio que fala

Na reação oficial aos "baderneiros", falaram Raul Jungmann (Desenvolvimento Agrário), Alberto Cardoso (Segurança Institucional) e o porta-voz de FHC, Georges Lamazière. José Gregori (Justiça), a quem estão subordinados a Funai e a Polícia Federal, ficou calado.

Saia justa

FHC disse primeiro que queria todos os ministros a seu lado na festa dos 500 anos. Houve resistências e alguns deles foram liberados. Mas as ausências serão devidamente registradas, comenta-se no Planalto.

Chega, basta, fora

Não é só a paciência do Planalto que se esgotou em relação às trapalhadas de Rafael Greca (Turismo) na organização da festa dos 500 anos. O PFL não vê a hora de largar esse fardo. "É uma caridade que se faz pedir que saia", diz um pefelista.

Voz rouca

Argumento que os líderes estão usando para mobilizar os deputados a fim de votar a regionalização do salário mínimo na próxima semana: pesquisa do Planalto revela que 60% da população apóia o projeto.

Ação entre amigos

Não interessa a ninguém votar o mínimo de R$ 151. Nem aos parlamentares, especialmente os cerca de 140 pré-candidatos às eleições, que podem argumentar não serem responsáveis pela MP. Nem a FHC, que teria de vetar aumento maior dado pelo Congresso.

Até tu, Hauly?

Diálogo ouvido em reunião de líderes aliados: "Qual é o deputado mais governista, que vota todas com o Planalto?" "Luís Carlos Hauly (PSDB-PR)", esclareceu alguém. "E ele vota os R$ 151?". A resposta convenceu os líderes a não votar de jeito nenhum no dia 26.

Poço sem fundo

A CPI do Finor (Fundo de Investimentos do Nordeste) começa na próxima semana com o depoimento do general Newton Rodrigues, superintendente da Sudene entre 93 e 98. Segundo José Pimentel (PT-CE), que requereu a comissão, há irregularidades em 650 projetos.

Toma lá, da cá

Fiel da balança na comissão do impeachment, o PTB já faz jogo duplo. Não aceitou Wadih Mutran (PPB) para a chefia da investigação, como queria Pitta. E também vetou Roberto Trípoli (PSDB), lançado pela oposição. Ficou com Ana Quadros, tucana, mas que representaria menos riscos ao prefeito.

Teletubbie

Garotinho (RJ), que completou 40 anos esta semana, teve uma recaída quando questionado sobre o presente que daria a si mesmo: "Uma chupeta".

Fixação infantil

Apesar das denúncias contra seu governo, Garotinho (RJ) não deixa de lado o projeto presidencial. Em visita a Duque de Caxias, foi recebido com um jingle: "Garotinho, toda nação está gritando. Garotinho é um pedido da gente. Garotinho quero vê-lo presidente".

Política de exportação

Jungmann (Desenvolvimento Agrário) recusou-se a receber o MST enquanto o prédio do Incra na Bahia estivesse ocupado. Os sem-terra foram para o pátio. Exigiu, então, que saíssem do pátio. Não houve acordo. "Atendido, exigirá que deixemos a cidade e, depois, o país", disse uma liderança do MST.
E-mail: painel@uol.com.br

TIROTEIO

Do deputado José Genoino (PT-SP), sobre o rompimento do acordo pelo qual os líderes do governo votariam a MP do salário mínimo no 26 em troca da aprovação do Orçamento:
- O Congresso está tão desmoralizado que nem os líderes do governo estão mais mantendo a palavra empenhada.

CONTRAPONTO

Recado à distância

A diversão dos líderes dos partidos que apóiam o governo, nas últimas semanas, tem sido infernizar a vida de Inocêncio Oliveira (PFL-PE).
O líder pefelista sempre orientou sua bancada a votar a favor dos projetos do governo, mas foi levado pelas circunstâncias a ficar na oposição na discussão sobre o novo salário mínimo.
Quarta-feira passada, os líderes decidiram não colocar em votação no dia 26 a medida provisória dos R$ 151 para o mínimo, como haviam acertado com a oposição e queria Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA).
Seria derrota na certa, concluíram os líderes, com o aval de Inocêncio.
Acertado o adiamento da votação, um dos líderes sugeriu que Inocêncio deveria informar ACM da decisão e convencê-lo de que era a melhor coisa a fazer.
O pefelista, que conhece bem o humor do baiano, pulou fora:
- Só se for por escrito. Eu ponho o papel na ponta de uma vara, aqui na Câmara, e ele pega lá no Senado!


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