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GOVERNO GAROTINHO
Fraudes no cheque-cidadão provocam a prisão de três acusados
Irregularidades levam crise à Uerj
da Sucursal do Rio
A reitora da Universidade do
Estado do Rio de Janeiro, Nilcéia
Freire, decidiu ontem fazer uma
intervenção no Cepuerj (Centro
de Produção da Uerj), após a direção do centro ter encaminhado ao
governador Anthony Garotinho
um dossiê sobre irregularidades
no projeto social Vida Nova.
O conteúdo do dossiê entregue
ao governador, antecipado pela
Folha, cita irregularidades como
o gasto de R$ 1,95 milhão em itens
não previstos no orçamento ou a
compra de 2.000 quadros-negros
para atender 30 comunidades.
O Vida Nova era coordenado
até o último dia 2 de abril pela vice-governadora Benedita da Silva
(PT) e os recursos financeiros do
programa ficavam a cargo do Cepuerj e da Companhia Estadual
de Água e Esgoto. Com a reforma
do secretariado, a coordenação
do Vida Nova passou para a primeira-dama Rosinha.
A reitoria da Uerj promulgou
ato executivo suspendendo a delegação de poderes da universidade à direção do Cepuerj por ela ter
encaminhado o resultado da sindicância interna a Garotinho sem
o conhecimento prévio da reitora.
A intervenção impede que a
atual direção do Cepuerj disponha dos recursos financeiros previstos no orçamento do centro,
que este ano somam R$ 47 milhões. Ontem mesmo, o diretor
do Cepuerj, Paulo Adler, entrou
com mandato de segurança na
Justiça e conseguiu a cassação da
determinação da reitoria.
Cheque-cidadão
Três pessoas foram presas ontem acusadas de fraude na distribuição do Cheque-cidadão, um
dos programas sociais do governador Anthony Garotinho.
Os acusados vinham atuando
em Belford Roxo e São João de
Meriti. As fraudes teriam sido detectadas no mês passado pela
coordenação do programa, exercida pelo pastor Everaldo Dias,
subsecretário do Gabinete Civil.
Um dos acusados, Rogério dos
Santos Gomes, é pastor evangélico. Ele teria sido auxiliado por um
homem e uma mulher na falsificação de assinaturas dos recibos.
A fraude teria sido comprovada
com pelo menos seis famílias, que
supostamente deveriam estar recebendo os cheques e que negaram ter tido acesso ao programa.
Cada cheque tem o valor de R$
100,00 e só pode ser usado na
compra de alimentos por famílias
carentes, que têm que comprovar
a frequência dos filhos em escolas.
O programa atende 27.100 famílias no Estado e foi instituído em
novembro passado. Inicialmente
limitado às igrejas evangélicas, ele
só foi aberto à participação dos
católicos após sofrer críticas.
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