São Paulo, sexta-feira, 21 de abril de 2000


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GOVERNO GAROTINHO
Fraudes no cheque-cidadão provocam a prisão de três acusados
Irregularidades levam crise à Uerj

da Sucursal do Rio

A reitora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Nilcéia Freire, decidiu ontem fazer uma intervenção no Cepuerj (Centro de Produção da Uerj), após a direção do centro ter encaminhado ao governador Anthony Garotinho um dossiê sobre irregularidades no projeto social Vida Nova.
O conteúdo do dossiê entregue ao governador, antecipado pela Folha, cita irregularidades como o gasto de R$ 1,95 milhão em itens não previstos no orçamento ou a compra de 2.000 quadros-negros para atender 30 comunidades.
O Vida Nova era coordenado até o último dia 2 de abril pela vice-governadora Benedita da Silva (PT) e os recursos financeiros do programa ficavam a cargo do Cepuerj e da Companhia Estadual de Água e Esgoto. Com a reforma do secretariado, a coordenação do Vida Nova passou para a primeira-dama Rosinha.
A reitoria da Uerj promulgou ato executivo suspendendo a delegação de poderes da universidade à direção do Cepuerj por ela ter encaminhado o resultado da sindicância interna a Garotinho sem o conhecimento prévio da reitora.
A intervenção impede que a atual direção do Cepuerj disponha dos recursos financeiros previstos no orçamento do centro, que este ano somam R$ 47 milhões. Ontem mesmo, o diretor do Cepuerj, Paulo Adler, entrou com mandato de segurança na Justiça e conseguiu a cassação da determinação da reitoria.

Cheque-cidadão
Três pessoas foram presas ontem acusadas de fraude na distribuição do Cheque-cidadão, um dos programas sociais do governador Anthony Garotinho.
Os acusados vinham atuando em Belford Roxo e São João de Meriti. As fraudes teriam sido detectadas no mês passado pela coordenação do programa, exercida pelo pastor Everaldo Dias, subsecretário do Gabinete Civil.
Um dos acusados, Rogério dos Santos Gomes, é pastor evangélico. Ele teria sido auxiliado por um homem e uma mulher na falsificação de assinaturas dos recibos.
A fraude teria sido comprovada com pelo menos seis famílias, que supostamente deveriam estar recebendo os cheques e que negaram ter tido acesso ao programa.
Cada cheque tem o valor de R$ 100,00 e só pode ser usado na compra de alimentos por famílias carentes, que têm que comprovar a frequência dos filhos em escolas. O programa atende 27.100 famílias no Estado e foi instituído em novembro passado. Inicialmente limitado às igrejas evangélicas, ele só foi aberto à participação dos católicos após sofrer críticas.


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