São Paulo, sexta-feira, 21 de abril de 2000 |
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VOZ DAS RUAS Polícia anuncia bloqueios em estrada e restrição a faixas que atinjam "a moral e a pessoa" do presidente PM da Bahia quer impedir ofensa a FHC
PATRICIA ZORZAN enviada especial a Porto Seguro A Polícia Militar da Bahia pretende impedir amanhã a entrada em Porto Seguro de manifestantes com faixas consideradas "ofensivas" ao presidente Fernando Henrique Cardoso. "Liberdade de expressão, tudo bem, mas não podemos permitir ofensas ao poder constituído, que é o presidente", afirmou o tenente-coronel Cristóvam Pinheiro, assessor de comunicação do comando geral da PM. A corporação está encarregada de parte da segurança do evento de comemoração do Descobrimento na cidade. Na avaliação de Pinheiro, são ofensivas, por exemplo, frases referindo-se à honestidade do presidente e, eventualmente, até o tradicional refrão usado pela oposição, o Fora FHC. "Não permitiremos coisas que ofendam a moral e a pessoa do presidente. Falar isso simplesmente (Fora FHC) até pode. Mas, querer enfiar uma faixa dessas na cara dele, não dá", declarou. Segundo informações da PM, 5.147 homens, entre civis e militares, estarão na área participando da operação. Oito barreiras policiais foram montadas na estrada de acesso à cidade - a BR-101. Nas vistorias realizadas em carros e pedestres, de acordo com Pinheiro, já foram apreendidas várias armas de pequeno porte e cocaína. As quantidades ainda não teriam sido contabilizadas. "A PM não vai impedir o direito de ir e vir de ninguém. Os que estiverem imbuídos de participar das comemorações serão recebidos. Mas aqueles que estiverem bêbados, com foices, machados, armas e facões é porque querem tumulto", disse o assessor da PM. A orientação dada aos oficiais, afirmou Pinheiro, é que os policiais -que estarão armados apenas de cassetetes- usem, a princípio, somente "persuasão" para controlar uma possível agitação. A estratégia segue orientação da Presidência para que sejam evitados eventuais conflitos. Do total de homens designado para a operação, 900 já estão em Eunápolis (a 62 km de Porto Seguro), onde o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) está acampado. Além de policias da cavalaria, com carros e motos e da tropa de choque, também participarão do esquema oficiais à paisana e infiltrados entre a população. O chamado "trabalho velado" já mantém, conforme Pinheiro, homens entre os sem-terra e entre os cerca de 2.000 índios que participam de conferência na região. Durante a visita de FHC à cidade histórica também será proibido o acesso ao local de pessoas sem credencial ou que não façam parte da comitiva presidencial. Texto Anterior: Saiba quem foi Caminha Próximo Texto: Presidente antecipa sua ida à Bahia Índice |
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