São Paulo, quarta-feira, 21 de abril de 2004

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OPERAÇÃO ANACONDA

Promotor apresenta nova denúncia

Agente é acusado de falsificação para tirar falsificador da cadeia

DA REPORTAGEM LOCAL

O agente da Polícia Federal César Herman Rodriguez foi denunciado à Justiça sob a acusação de ter cometido mais três crimes: fraude processual, falsificação de documento e falsidade ideológica. Ele está preso em São Paulo desde novembro pela Operação Anaconda. Integraria uma quadrilha de venda de sentenças judiciais.
Na nova denúncia ele é acusado de ter forjado um contrato de locação de imóvel para relaxar a prisão em flagrante de Paulo César Oliveira, preso pela PF por liderar uma quadrilha de falsificação de passaportes. O documento falso era vendido a US$ 10 mil.
A estratégia de Herman para liberar o suposto falsificador foi captada por uma gravação feita pela Anaconda em 21 de novembro de 2002. O agente discute como relaxar a prisão em flagrante. O problema era que Oliveira não tinha residência fixa, e a Justiça de Guarulhos não aceitava liberá-lo da prisão sem essa comprovação.
A tia de um amigo de Herman é convencida a aparecer como locatária de um imóvel para Oliveira. Ao menos no papel, ele passaria a ter um endereço fixo.
Com o contrato em mãos, a advogada Maria Marra Guimil, tenta liberar o preso, mas é impedida de entrar na carceragem da PF.
Herman decide então falsificar a assinatura de Oliveira, segundo o procurador Matheus Magnani, que ofereceu a denúncia. Com o documento forjado, a advogada consegue libertar Oliveira no dia 27 de novembro.
A Folha tentou falar, sem sucesso, com os advogados de Herman. Também não localizou Guimil e o defensor de Oliveira.
(MARIO CESAR CARVALHO)


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