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ESCÂNDALO DO MENSALÃO/ CPI DOS BINGOS
Comissão aprova também quebra dos sigilos de empresário que alugou carro para suposto transporte de dólares de Cuba ao PT
CPI quebra sigilo telefônico da "casa do lobby"
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A CPI dos Bingos aprovou ontem a quebra do sigilo telefônico
da chamada "casa do lobby" em
Brasília, estopim da queda do ministro Antonio Palocci (Fazenda).
A casa, alugada entre março de
2003 e fevereiro de 2004 por um
ex-assessor de Palocci na Prefeitura de Ribeirão Preto, Vladimir
Poleto, serviria como uma central
para negócios de lobistas, segundo outro ex-assessor de Palocci,
Rogério Buratti.
A denúncia do caseiro Francenildo Costa de que Palocci freqüentava a casa levou ao episódio
que culminou na queda do ministro. O requerimento aprovado
ontem é de autoria do senador
Romeu Tuma (PFL-SP).
A CPI aprovou ainda a quebra
dos sigilos telefônico, fiscal e bancário do empresário Roberto
Kurzweil. Suspeito de ser ligado a
casas de bingo, ele é proprietário
da empresa que alugou um carro
para o suposto transporte de dólares de Cuba para abastecer caixa
dois do PT em 2002.
O presidente da CPI, senador
Efraim Morais (PFL-PB), afirmou
ontem que Buratti, autor de denúncias contra Palocci, "tem procurado" os técnicos da comissão
"para dar mais informações".
O anúncio de que o ex-assessor
poderia voltar à cena ocorre em
um momento em que a CPI tenta
aprovar requerimentos para convocar a namorada de Buratti, Carla Cristina Lemos, e sua ex-mulher, Elza Gonçalves Siqueira.
Segundo Efraim, os requerimentos serão votados na próxima
semana. "Buratti não disse 30%
do que sabe", afirmou.
Caixa
Irritado com a recusa da Caixa
da Econômica Federal em fornecer uma listagem de vencedores
da Mega Sena, Efraim conseguiu
aprovar ontem, em uma votação
relâmpago, um requerimento
verbal para a busca e apreensão
dos dados no prédio da Caixa.
A CPI havia requerido uma relação de todos os vencedores da
Mega Sena a partir de maio de
1997 cujo valor rateado tenha sido
superior a R$ 5 milhões. O banco
argumentou tratar-se de invasão
da vida privada dos ganhadores.
A busca dos dados, entretanto,
acabou sendo abortada após um
telefonema da Caixa, no final da
sessão, informando que estudará
uma maneira de enviar os dados
na semana que vem.
(SILVIO NAVARRO e ADRIANO CEOLIN)
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