São Paulo, sexta-feira, 21 de abril de 2006

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ESCÂNDALO DO MENSALÃO/ CPI DOS BINGOS

Comissão aprova também quebra dos sigilos de empresário que alugou carro para suposto transporte de dólares de Cuba ao PT

CPI quebra sigilo telefônico da "casa do lobby"

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A CPI dos Bingos aprovou ontem a quebra do sigilo telefônico da chamada "casa do lobby" em Brasília, estopim da queda do ministro Antonio Palocci (Fazenda).
A casa, alugada entre março de 2003 e fevereiro de 2004 por um ex-assessor de Palocci na Prefeitura de Ribeirão Preto, Vladimir Poleto, serviria como uma central para negócios de lobistas, segundo outro ex-assessor de Palocci, Rogério Buratti.
A denúncia do caseiro Francenildo Costa de que Palocci freqüentava a casa levou ao episódio que culminou na queda do ministro. O requerimento aprovado ontem é de autoria do senador Romeu Tuma (PFL-SP).
A CPI aprovou ainda a quebra dos sigilos telefônico, fiscal e bancário do empresário Roberto Kurzweil. Suspeito de ser ligado a casas de bingo, ele é proprietário da empresa que alugou um carro para o suposto transporte de dólares de Cuba para abastecer caixa dois do PT em 2002.
O presidente da CPI, senador Efraim Morais (PFL-PB), afirmou ontem que Buratti, autor de denúncias contra Palocci, "tem procurado" os técnicos da comissão "para dar mais informações".
O anúncio de que o ex-assessor poderia voltar à cena ocorre em um momento em que a CPI tenta aprovar requerimentos para convocar a namorada de Buratti, Carla Cristina Lemos, e sua ex-mulher, Elza Gonçalves Siqueira.
Segundo Efraim, os requerimentos serão votados na próxima semana. "Buratti não disse 30% do que sabe", afirmou.

Caixa
Irritado com a recusa da Caixa da Econômica Federal em fornecer uma listagem de vencedores da Mega Sena, Efraim conseguiu aprovar ontem, em uma votação relâmpago, um requerimento verbal para a busca e apreensão dos dados no prédio da Caixa.
A CPI havia requerido uma relação de todos os vencedores da Mega Sena a partir de maio de 1997 cujo valor rateado tenha sido superior a R$ 5 milhões. O banco argumentou tratar-se de invasão da vida privada dos ganhadores.
A busca dos dados, entretanto, acabou sendo abortada após um telefonema da Caixa, no final da sessão, informando que estudará uma maneira de enviar os dados na semana que vem.
(SILVIO NAVARRO e ADRIANO CEOLIN)


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