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PF diz que vazamento prejudicou operação e faz críticas ao STJ
Polícia afirma que suspeitos, avisados da ação, destruíram e esconderam provas; tribunal não permitiu prisão temporária
Segundo superintendente da instituição, funcionários da Telefônica teriam avisado aos investigados que eles estavam sendo monitorados
Leonardo Wen/Folha Imagem
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Delegado da PF deixa apartamento de Sérgio Gomes Ayala carregando a ficha do suspeito |
DA REPORTAGEM LOCAL
A Polícia Federal informou
que houve vazamento de informações para os suspeitos da
Operação Têmis, o que prejudicou a busca e apreensão.
"Atrapalhou muito porque,
embora a prova pré-constituída esteja muito boa, a PF assim
o julga, muitas provas foram
destruídas, subtraídas ou desaparecidas", afirmou ontem Geraldo José de Araújo, superintendente da PF em São Paulo.
O Ministério Público Federal
e a PF apuraram que, por precaução, os suspeitos retiraram
documentos de gabinetes, escritórios e veículos. Eles sabiam que estavam sendo investigados e previam operação de
busca e apreensão. Alguns deles teriam se hospedado em hotéis dias antes da operação.
Durante as investigações, foram interceptadas com autorização judicial conversas suspeitas de magistrados e alguns
dos membros da suposta quadrilha. Segundo Araújo, investigados souberam que estavam
sendo monitorados por meio
de funcionários da Telefônica,
que, ainda segundo a polícia, teriam repassado a informação a
um policial civil ligado ao suposto esquema, que avisou os
demais supostos envolvidos.
"Funcionários da companhia
telefônica envolvida na investigação, permita-me não dizer o
nome, propiciaram o vazamento através desse policial civil. A
partir dele chegou ao conhecimento dos próprios investigados. O prejuízo é grande", disse.
Luiz Roberto Ungaretti de
Godoy, delegado da PF e um
dos responsáveis pela operação, disse que o vazamento será
investigado em inquérito.
"Houve, inclusive, um mandado de busca na própria empresa concessionária privada
de telefonia", disse Ungaretti.
Mandado de busca é autorização judiciária para a polícia vasculhar uma empresa ou uma
residência, para colher provas.
STJ
O STJ (Superior Tribunal de
Justiça) não permitiu nem a
prisão temporária dos investigados pela PF nem o bloqueio
de suas contas. Em nota, a PF
criticou o tribunal. "Foram
também requeridas 43 prisões
temporárias de todos os investigados que, entretanto, foram
indeferidas pelo STJ". "A questão é que havia, no entendimento da polícia e do Ministério Público, elementos para prisão temporária, como a lei entende. Se iria ser bom ou não,
íamos averiguar no momento
das prisões", disse Godoy.
Felix Fischer, ministro do
STJ que negou o pedido de prisão, não quis se pronunciar sobre o assunto.
(FV E LB)
Colaborou a Sucursal de Brasília
Leia a íntegra da nota divulgada ontem em que a Polícia Federal critica o STJ
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