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Camata chora no plenário do Senado e pede afastamento do Conselho de Ética
Geraldo Magela/Agência Senado
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O senador Gerson Camata chora durante discurso no Senado
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Mesmo morando em apartamento próprio em Brasília, o
senador Gerson Camata e a
mulher dele, a deputada Rita
Camata, ambos do PMDB do
Espírito Santo, recebem auxílio-moradia do Senado e da Câmara. No total, são R$ 6.800
por mês para o casal.
O senador disse ontem que
com o seu valor, de R$ 3.800
brutos, ele paga contas de condomínio (R$ 1.100) e de gás
(R$ 75,46), entre outros gastos.
A deputada não disse quais são
as despesas dela. Os dois moram no mesmo local.
Nas duas Casas, quem não
mora em apartamento funcional recebe o benefício em valor
integral. Não é preciso apresentar nota. Os atos que disciplinam o pagamento são omissos
sobre os congressistas que têm
residência própria em Brasília.
O senador admitiu ontem
morar em imóvel próprio na
capital para rebater denúncia
de um ex-assessor de que alugava o seu apartamento para
uma embaixada para receber o
auxílio-moradia. "Eu preciso
até provar que moro no meu
apartamento, o que é uma coisa
incrível", afirmou.
Denúncias
Ele chorou no plenário ontem, ao discursar sobre o assunto, e negou as denúncias publicadas no final de semana pelo jornal "O Globo", com base
no depoimento de Marcos Vinícius Andrade, que trabalhou
19 anos com o senador.
Andrade acusou Camata de
apresentar à Justiça Eleitoral
recibos falsos para esquentar
sobras de dinheiro da campanha de 2002, de ter recebido
propina da construtora Odebrecht e de usar de forma irregular verbas do Senado.
Camata disse que o ex-assessor sofre de "distúrbios psiquiátricos" e que as denúncias
são uma "falácia, calúnia".
Camata, que é suplente da
Mesa, pediu para ser investigado pelo Conselho de Ética e pela corregedoria e disse que
quando os dois órgãos se reunirem irá se afastar. Na prática,
porém, ele já não participa mais
do conselho, pois os mandatos
dos atuais membros foram encerrados em março.
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