São Paulo, terça, 21 de abril de 1998

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Para empresários, missão foi cumprida

JOÃO BATISTA NATALI
da Reportagem Local

Se para os tucanos a morte de Sérgio Motta representa um sério desfalque, para as grandes empresas do setor de telecomunicações o ministro, ontem enterrado, já havia amplamente cumprido a missão de que fora encarregado.
Durante o velório, na Assembléia Legislativa, políticos estavam presentes em proporção bem maior que empresários. Estes, por sua vez, eram raramente integrantes do primeiríssimo escalão de suas companhias. Com o feriado e o enforcamento do expediente de ontem, é presumível que poucos deles ficaram em São Paulo.
Mesmo assim, os comentários eram consensuais e iam no sentido de que Motta teve tempo de colocar em prática uma nova arquitetura para o setor de telecomunicações, mesmo quando se trata da futura privatização das empresas da holding Telebrás.

Perfil irreversível
A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) já está instalada como órgão regulador do setor, com os cinco membros de seu conselho diretor -homens de confiança do ministro- e os 12 de seu conselho consultivo.
Já se tornaram lei as diretrizes contidas no Plano de Outorgas, que definiu a aparição da banda B de telefonia celular e a maneira pela qual novas companhias privadas de telefonia fixa concorrerão com as empresas privadas que nascerem da Telebrás.
Dois outros documentos já estão em mãos do presidente Fernando Henrique Cardoso e deverão ser objeto de próximos decretos.
Um deles é o Plano de Universalização do Serviço, que prevê subsídios para áreas em que a telefonia não é rentável, e o Plano de Qualidade, sobre a tecnologia que concessionárias deverão utilizar.
O que ainda estava apenas esboçado era o Plano de Desenvolvimento Industrial e Tecnológico, que implica a criação de fundos e a autorização do Congresso. Um deles financiará as atividades do Centro de Pesquisas que a Telebrás mantém em Campinas (SP).
Mas são tópicos pequenos no quadro bem mais amplo da indústria de telecomunicações.



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