FÁBIO GUIBU
da Agência Folha, em Recife

Pelo menos 17 pessoas ficaram feridas sem gravidade ontem em Recife, em consequência de um confronto envolvendo cem policiais militares e 2.500 integrantes e simpatizantes do MST.
A confusão aconteceu em frente ao Incra, durante manifestação promovida pelos sem-terra no local. Tiros foram disparados e veículos, depredados. Cinco pessoas foram presas, entre elas um advogado e um integrante da Igreja Anglicana.
A PM acusa o MST de ter iniciado o confronto, ao agredir ""com pedradas, pauladas e tiros" os cem policiais que tentavam impedir a eventual invasão do prédio do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária). Nenhum policial foi ferido à bala e nenhuma arma foi apreendida.
O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) afirma que a PM ""avançou sobre os trabalhadores" e os golpeou com cassetetes. Segundo o movimento, os tiros foram disparados pelos PMs.
O confronto começou às 11h30, após a PM impedir a passagem dos manifestantes em frente ao Incra. Houve empurrões e o conflito se espalhou em seguida.
Os sem-terra, apoiados por representantes de sindicatos e estudantes, jogaram pedras e pedaços de pau sobre os policiais. A PM avançou sobre os manifestantes com golpes de cassetete e, em seguida, recuou.
""Não havia como enfrentar 2.500 pessoas", justificou o coronel Romero Queiroz Ribeiro, comandante do grupo. ""Além disso, alguns deles atiraram", afirmou.
Os policiais procuraram abrigo no pátio externo do Incra, mas a chuva de pedras continuou. Vários tiros foram disparados pela PM, que, em seguida, acionou a Cavalaria para dispersar a multidão.
A tática deu resultado e o confronto terminou 20 minutos após ter início. Segundo o coronel, 13 policiais se feriram, a maioria por pedradas. Quatro manifestantes do MST foram atendidos no Hospital da Restauração.


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