DA REPORTAGEM LOCAL

O porta-voz do presidenciável do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, André Singer, foi na semana passada a Brasília para adquirir know-how da nova função, apurando informações sobre o trabalho do porta-voz presidencial, Alexandre Parola.
É primeira vez que um candidato tem um porta-voz em campanha. Na campanha presidencial de 1998, por conta da situação inédita de reeleição, o PSDB decidiu deixar para o coordenador da campanha de Fernando Henrique Cardoso, Euclides Scalco, a missão de dar a maioria das entrevistas em nome do candidato- mas sob o título de coordenador da campanha, não de porta-voz.
"Fui a Brasília falar com jornalistas que cobrem o Palácio do Planalto sobre a atuação do porta-voz do presidente. Acho um bom modelo para a nova função", afirmou Singer ontem, depois de seu terceiro briefing semanal. A partir de junho, serão diários.
Singer, de gestos polidos e voz baixa, disse não admirar o estilo de nenhum ex-porta-voz presidencial. "Só falei com os jornalistas da cobertura do Planalto para saber como agir, mas não vou imitar ninguém."
Assim como Parola e outros porta-vozes presidenciais, Singer já incorporou o hábito de não responder a perguntas supostamente espinhosas, alegando não ter consultado o candidato. Diz: "Não falei do assunto com o candidato ainda" ou "vou consultá-lo e depois falo com você [se dirigindo a um jornalista]".
Ao ser questionado sobre o fato de Lula não estar respondendo a todas as perguntas dos jornalistas pessoalmente, Singer afirmou: "Assim ficaria muito cansativo para o candidato". Disse que deverá atuar como Parola, recebendo, antecipadamente por e-mail, perguntas para os briefings. (LA)



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